ERA UMA VEZ UM MENINO

Corria solto pelas ruas de terra, acima, abaixo, no açude. Brincava livre como o vento, solto, sem tempo, no espaço.

O distrito rural: simples e rústico. Eita vida boa! Buscar macaxeira, tomar leite de vaca. Era a malhada, tão mansinha, deixava a gente apertar os peitos dela e encher o caneco. Um gosto quente, diferente, nem doce ou salgado, gosto de infância.

Cavalo, burro e jumento, em todos a montaria sem sela sem nada. Uma liberdade de subir no animal e correr. Ninguém caía, agarrado na crina, ia longe, chegava perto da estrada e voltava rindo, satisfeito, pleno.

Os anos, estudos na capital, outros interesses: formatura, casamento, profissão.

A acomodação: barriga grande, colesterol, cabelos brancos.

Recordações só em ano de eleição, ainda voto por lá.

Leite, dá azia, nunca mais bebi.

CrisLima
Enviado por CrisLima em 14/09/2006
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