Fofoca através dos tempos...

Vírus combatido no berço.

Karilux chegou a terra depois de viajar milhões de anos luz. O que não foi muito difícil e nem muito demorado por causa da sua incrível habilidade de dominar sua mente. E foi com ela, apenas ela, que desmaterializou seu corpo e atirou-se na aventura de descobrir novas formas de vida.

Conseguiu. Chegou ao planeta terra e se encantou. Tomou a forma de uma criança e infiltrou-se numa típica família do planeta.

Célula familiar normalmente composta por pai, mãe, avós tios, primos e outros da cadeia que define as relações entre as espécies e raças.

Tudo era maravilhoso. Sentar a mesa e degustar tanta fartura. Tomar banho e ficar cheiroso com os melhores perfumes.

Ah! Ir á escola e viver a liberdade de crescer entre outros da mesma idade. Meninos e meninas quantos sonhos e quantas idéias.

Mas, com o passar do tempo, Karilux foi descobrindo algum comum a todos. Uma coisa triste que no seu planeta de origem era um pecado capital.

Como percebeu isso. Certo dia ouviu, sem querer uma conversa no banheiro, onde se entendia que alguém tinha ficado com a Krélia: acontece que ela era a menina mais séria da escola.

Em outro dia soltaram um boato que o professor de uma das matérias era uma bicha muito louca.

E outro dia, uma amiga disse a outra amiga de Karilux que ele parecia um ET. Era inteligente mais insensível.

Karilux ficou apavorado com o que se podia dizer das pessoas. Sentia na pele o que seus verdadeiros pais e tios falavam. Não era apenas lenda. Esse monstro destruidor existia.

Sua melhor amiga, a meiga Seriedade e seu amigo o bom-senso perceberam sua tristeza. E o chamaram para uma conversa em particular.

Olha meu bom amigo, disse-lhe Bom senso. Isto é o que se chama de fofoca. Um monstro que derruba impérios e até mata pessoas. Mas até hoje não foi erradicado de nossa sociedade porque ele pertence á raça.Isto é, esta infiltrado na essência da raça. Se bem, que alguns indivíduos já se livraram dessa semente podre e perigosa. Nós praticamos essa arte desprezível ha milhares de anos. Na verdade, desde que o ser humano existe, existe fofoca.

Karilux, que havia contado seu segredo para esses amigos levantou a voz e disse, se as pessoas soubessem como essa brincadeira de mau gosto é punida depois da morte, nunca mais a praticariam.

Como é que você sabe? Uma pergunta em coro.

Prestem atenção, disse Karilux. Amanhã termina minha estada aqui na terra. Fim das minhas férias. Foi uma linda aventura. Vocês foram e serão meus melhores amigos.

De onde venho corre uma estória que quando um fofoqueiro chega á porta do paraíso é recebido por um guardião. Normalmente sua primeira pergunta é posso entrar. Seguido das seguintes argumentações:

Sempre fui correto em tudo que fiz. Senhor Guardião...

Fiz minhas orações diariamente.

Fui correto. Tudo de bom...

E o guardião retruca com um pequeno sorriso nos lábios. Mas e as fofocas!

Que isso guardião, foram coisinhas pequenas. Num fiz uma grande fofoca.

Falei uma coisinha aqui outra ali. Nada sério. Nada que pudesse fazer mal a alguém

Fique tranqüilo, disse o Guardião. Para esses casos, temos uma pena leve e prática. Pegue este saco de penas. Subas em cima daquela montanha. Quando o vento movimentar os seus cabelos, esvazie o saco e volte aqui.

Moleza! Pensou o fofoqueiro.

Como se dominasse a velocidade da luz. O fofoqueiro completou a tarefa em fração de segundos.

E então guardião – posso entrar?

Calma meu filho. Claro que você vai poder entrar. É só cumprir a segunda etapa da pena. Recolhendo todas as penas que você soltou lá em cima da montanha. Encher novamente o saco e traze-lo de volta para mim.

E essa estória é contada em nosso planeta, quando ainda estamos no berço. Outras que envolvem ética, moral e caráter, também...

Perguntaram a Karilux, o que vai contar sobre nós quando chegar ao seu planeta.

Que vocês são maravilhosos. Que o planeta é único. Lindo de uma riqueza inestimável.

Mas que se deve tomar cuidado com um monstro enorme, invisível e mortal.

O monstro da fofoca...

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jaeder wiler
Enviado por jaeder wiler em 09/10/2006
Reeditado em 11/10/2006
Código do texto: T260045