O essencial
Não viu quando a boca aberta deu passagem ao bichinho da confusão. E o engoliu. Misturava tudo desde aquele dia. Em confusão, se deixava ir a cada engano autocometido ou alterpraticado. Detalhe grave: como se fazia oito ou oitenta, perdas ou ganhos sempre eram totais...
- Não, vou.
- Não vai porque?
- Leia a vírgula, por favor.
- Ahhh... a vírgula voou...
De fato, quem deveria ir não foi.
Com a segunda deu na mesma. Queria tomar a direção à esquerda, à direita é que se dirigia. Alguém colocou a mão no lado esquerdo do peito tonto e pontificou:
- Na dúvida, esquerdo é esse... o lado do coração. Precisa dizer qual é o direito?
Sem se orientar, nem norte a perseguir, respondeu com uma sinceridade de cortar o fígado:
- Não! Talvez não... no meu peito o coração é no centro, único destino certeiro.
Assim cruzou a existência, tendo-se somente a si. E mais nada. Nada além