Fitei seus olhos, guria...

Fitei seus olhos, guria. Você reconhece que os fitei até lacrimejarem, já que consegui deixá-los imóveis nos meus até que o rio transbordasse e lhe lavasse o rosto impregnado de passado. Como já mencionou certa madrugada é incrível a minha capacidade de lhe fazer minha quando eu mais quero e quando você menos necessita de ser o que eu preciso.

Venha cá. Deite ao meu lado. Limpe as lágrimas com os dedos e logo após os toque nos meus cabelos e me mima cantando no pé do ouvido. O estraçalhe de sussurros e o beije para que o estralo o impeça de ouvir as palavras que você tanto tenta proferir, sabendo que eu, ao escutá-las, deixaria com que a barragem dos meus olhos se soltasse e, em seguida, tomaria conta do que te fita o meu choro.

Por favor, não profira e não me escute. Só fique mais um pouquinho até que o sono chegue e nos leve embora. Para sempre.

NietzscheCywisnki
Enviado por NietzscheCywisnki em 09/08/2011
Reeditado em 09/11/2011
Código do texto: T3148459