MICROCONTO-A ÚLTIMA VEZ

Mais uma vez ela chegou coroada pelo fumo da aurora e do cigarro. Transpirando cachaça, mais uma vez, pediu perdão. Tirou os sapatinhos de salto alto jurando que seria a última, mais uma vez. Desalinhou o cabelo, abriu um champanhe, um sorriso, o vestido, braços e pernas... como das outras vezes. Ele, pela primeira vez, abriu a gaveta, abriu um estojo e abriu-lhe o ventre, peito, garganta... um sorriso eterno. Sim, foi a última vez.

Reginaldo Costa de Albuquerque
Enviado por Reginaldo Costa de Albuquerque em 12/12/2006
Reeditado em 16/12/2006
Código do texto: T316341