Tempos Remotos
Dona Antônia não armava barraco, nem rodava a baiana.
Era cachoeira silenciosa.
Noite sem lua.
Perfume de terra pura.
Em firme rocha desenhada, sozinha aquecia suas crias nas longas madrugadas frias.
Nunca, diante de alguém, chorou. Nem lamentou. Pouco sorriu.
O casamento infeliz que teve, candidamente, por décadas aceitou.
Num dia gélido de agosto enviuvou.
Calada enterrou o marido, que não amou.
Voltou para casa e foi tingir de preto as poucas roupas que possuía.
Um esboço de sorriso no seu rosto havia nesse dia.
Assim contavam suas filhas.
Dona Antônia não armava barraco, nem rodava a baiana.
Era cachoeira silenciosa.
Noite sem lua.
Perfume de terra pura.
Em firme rocha desenhada, sozinha aquecia suas crias nas longas madrugadas frias.
Nunca, diante de alguém, chorou. Nem lamentou. Pouco sorriu.
O casamento infeliz que teve, candidamente, por décadas aceitou.
Num dia gélido de agosto enviuvou.
Calada enterrou o marido, que não amou.
Voltou para casa e foi tingir de preto as poucas roupas que possuía.
Um esboço de sorriso no seu rosto havia nesse dia.
Assim contavam suas filhas.