Nada, a não ser ... despertar!

O cenário revestido de camadas fosforescentes invade as dunas do pensamento.

Eles murmuram e até palestram entre um piscar de olhos e o ranger dos ossos...

Uma fresta se abre no fundo daquele poço... passos inseguros se aproximam e, da fechadura, o deserto deságua intenções em suas sombras cambaleantes.

O risco se mostra ao relampejar no dorso da noite!

Ao longo da linha o vulto corre em direção ao horizonte:

um punhado de tempo desce da boca da ampulheta

um gosto amargo de sonho acaricia os desejos dos inválidos

um grão de esperança desabrocha nos poros da liberdade

Ela escuta o pulso do passado e sabe do sangue que corre arredio abrindo e fechando as válvulas... movendo as passagens do corpo que se despe.

E a voz retumba assolando as tempestades:

_ Me digam se ainda sentem medo?!

Seilla Carvalho
Enviado por Seilla Carvalho em 13/05/2013
Reeditado em 13/05/2013
Código do texto: T4289420
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