Tarde

Tarde da noite. Sentada em sua escrivaninha antiga, rabiscava um pedaço de papel. Traçava linhas retas e curvas num vai e vem contínuo... Lembrava-se de fatos ocorridos em um passado distante e ao mesmo tão recente em sua memória. Tinham sido dias de alegria, de sol, de despertar corações, de amar loucamente , de deixar-se embalar pelas perspectivas do insondável... Tinha sido exigente demais, não quisera abandonar a vida confortável que tinha. Não quisera renunciar àquilo que o dinheiro poderia comprar. Agora, o que restava de sua exigência, estava ali, naquele pedaço de papel... Apenas linhas sem significado.