Soldado romano

Rodopiou o tempo no vento que não passou. Não deu sequer tempo de olhar para trás num último adeus. Atravessaram séculos para entender que não mais haveriam encontros e sim a dissolução das marcas fatigadas pelos açoites das palavras, agora macabras, tingidas no vermelho dos olhos injetados de ódio.

Rasgaram-se e digladiaram-se como se Roma saísse dos escombros e apontasse seu dedo na arena do passado imortal.

Seguiram pelo tempo saqueados pelo sentimento antes denominado amor, desvairado amor, agora possuídos pelo ódio atravessado dos séculos na fúria das patas do cavalo romano.

Carmem Lucia
Enviado por Carmem Lucia em 28/07/2014
Reeditado em 28/07/2014
Código do texto: T4900367
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