Rosas para Tália - parte 1

O pôr do sol em Syros era uma das coisas mais valiosas que aqueles olhos já haviam visto.

E aqueles olhos já haviam visto muita coisa, desde a famosa Monalisa até as curvas voluptuosas das mais belas modelos do mundo.

Quantas mulheres haviam estado com ele, quantos apertos de mãos de homens poderosos, quantos convites já havia aceito e recusado para as festas mais disputadas da elite.

Ele tinha tudo. Mas isso é o que todos pensavam.

No fundo todos pensam que aquele tipo de vida era tudo que qualquer homem poderia querer.

No entanto, ele sabia, as coisas mais preciosas do mundo não tem preço.

Elas são breves, são raras e escapam as mãos, contudo, são atemporais.

Aquele pôr do sol ia se desmanchar em segundos, mas ficaria gravado para sempre a ferro e fogo na mente de Andros.

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Sentado na beira da piscina, ele ficou olhando a única coisa naquele lugar que realmente o pertencia.

A piscina não era dele, aquela mansão em estilo árabe e faraônica tão pouco.

O Porsche, aquela bela garrafa de Macallan 1929, nem a modelo de origem eslava que dormia um sono de princesa em seu quarto.

Não, nada daquilo pertencia a ele.

Andros aprendera que um homem não possui nada na vida.

Tudo é passageiro, efêmero e substituível.

A única coisa que pertencia ao homem é a vida.

Essa tênue decisão de escolher viver ou morrer. Quem sabe alcançar a imortalidade.

E a imortalidade estava lá, do lado dele, o olhando de volta na forma de um comprimido, bem ele sabia, mortal o bastante como um beijo de uma víbora.

Vinny Barros
Enviado por Vinny Barros em 21/01/2015
Reeditado em 21/01/2015
Código do texto: T5109061
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