Reminiscências IV
Foi só naquele momento, na varanda, após abrir os olhos para contemplar a imensidão do Tejo, que pude perceber.
"Estamos tão severamente enganados", balbuciei.
Percebi que, na realidade, o amor é o mais escuro, grave, melancólico e tóxico dos sentimentos humanos. Ele pesa como chumbo em nossos corações e ombros, despejando dor e inoculando mágoa. De qualquer maneira, é o amor um vício insuperável, um mal necessário.
"Ele é como o álcool ao ébrio, como o sangue ao ditador", concluí com astúcia.