Era domingo de tardezinha. Sentia-se abandonada. Pegou o celular e mandou uma mensagem pelo WhatsApp. Esperou ansiosamente. Nenhuma resposta. Ficou andando de um lado para outro. Trêmula. Murmurou: “Droga! Esse traste não me responde. Por quê? Deve estar aprontando outra vez!". Pensou em ligar e dizer poucas e boas, sem meias palavras. Desistiu. Depois de quase cinco minutos de tensão, recebeu a resposta. Visualizou. Pensou em responder, mas desistiu novamente. Tomou banho apressada. Vestiu seu jeans preferido e uma camisa branca, com uma estampa de bicicleta no jardim, que ganhara da tia. Calçou seu tênis velho, batido pelo uso. O tênis foi um presente da mãe. Sussurrou: "Cretino!". Chamou um Uber. Nunca mais foi vista.