NA SOLIDÃO DA PRAÇA!
A noite estava fria, o corpo doía,
A fome castigava, queria muito,
Uma refeição bem quentinha,
E um abraço da mãe neste dia...
Sentado no banco da praça,
Pensava não haver bons motivos,
Para ir para casa, lá era pior que,
A rua, na maioria das vezes.
Sentia-se cansado das constantes brigas,
Do alcoolismo do pai e da condescendência,
Da madrasta, tinha dias que apanhava sem,
Saber o motivo, ou por não ter vendido o doce todo.
Ele amava os irmãos e por eles tudo fazia.
Foi obrigado a desistir da escola, pra trabalhar,
Vendendo doces, nos sinais da cidade, de baixo de sol,
Ou de chuva, sem direito á reclamar.
Sentia-se órfão, tendo pai ainda vivo,
Assim como muitos dos seus amigos.
A realidade era a mesma para todos,
Implacável, cruel e injusta...
Se á vida um dia lhes sorriu,
Agora só derramava lágrimas.
Em sua vida, um mar de lágrimas,
Amargas, salgadas, intragável.
Não há como aceitar o sofrimento e a miséria,
Mas sabia que precisava conformar-se, tentar aceitar,
Sabia que não tinha muita escolha, não sendo tão jovem.
Mas quem poderia mudar aquele quadro feio.
As horas foram passando e o frio aumentava.
O pequeno menino deitou-se no banco da praça,
Olhou para o céu e lembrou-se da mãe, quando ainda,
Vivia e cuidava dele com todo carinho e amor.
Sentiu uma tristeza profunda e uma saudade imensa,
Sufocado pelas lembranças, sentiu o peito doer, e lágrimas brotaram,
De seus olhos, passou a mão rapidamente pelo rosto,
Limpando as lágrimas que corriam livremente.
Aquele era um dia qualquer para muitos,
Mas para ele, era especial, seu aniversário,
Tornou a olhar para o céu e fez um pedido á Deus,
Torcendo para que Deus tivesse escutado.
Tomado pelo cansaço, adormeceu,
No frio banco da praça, na noite mais fria do ano,
Inicio do inverno, o pequeno menino teve um sonho,
Um sonho lindo...
“O sonho”!
A principio, estava correndo em um labirinto,
Sem encontrar a saída, estava cansado, suas pernas doíam,
De repente. Encontrava-se em um campo florido, o sol brilhando,
Num límpido céu azul, usava roupas limpas e muito cheirosas,
Á poucos passos, estava sua mãe de braços apertos, ele correu e á, Abraçou com muita força, ela acariciou-lhe o cabelo e disse:
_ Filho querido, nunca mais sentirá dor ou tristeza.
_ Mamãe, senti tantas saudades... Eu te amo!
_ Filho, sua eternidade será só felicidade, a Luz de Deus estará,
Para todo o sempre sobre nós...
Pela manhã, uma triste cena,
Um corpinho sem vida, no banco da praça,
Muitos olhavam, sem compreender, o porquê,
Da felicidade estampada, naquele lindo rostinhos em vida.
“O pedido á Deus”!
_Querido papai do céu, quero muito pedir,
Pelas crianças do mundo inteiro, que elas possam ser felizes,
Ao lado de suas famílias, e também agradecer por estar sempre comigo. Amém!