UM SONHO EM VIENA
(Hull de La Fuente)
Cap. X
Não demorou muito e Friedrick retornou. Eu o vi sair do carro e acenar-me. Fui ao encontro dele já totalmente esquecida do receio de minutos atrás. No carro ouvia-se uma musica suave e linda, era uma canção francesa e a letra dizia algo como “encontrei meu amor às margens do rio Sena, as estrelas foram testemunhas do nascer de um grande amor...”.
No clima romântico do momento, Friedrick era o príncipe mais lindo que eu já vira. Ele dirigia apenas com uma mão, e com a outra segurava a minha. Viena é linda, e à noite era mais linda ainda.
– Vou levar você a um lugar especial, - disse ele. É o restaurante dos enamorados, você vai ouvir a bela música austríaca e conhecer a verdadeira cozinha deste país.
O carro entrou por ruas antigas e após algum tempo parou diante de um casarão, no que parecia o pátio de um convento e onde muitos carros já estavam estacionados. Friedrick desceu, abriu a porta do meu lado e deu-me a mão. Quando saí, ele abraçou-me e de novo beijou-me os lábios. Seus lábios eram doces e macios. O beijo foi interrompido pelo toque do meu celular. Era Loredana. Ela e mamãe queriam saber se tudo saíra bem.
– Então irmãzinha! Salvei você do bicho papão? E o velhote? Deu pra encarar o baile todo com o cheiro de cerveja?
Loredana falava e ria ao mesmo tempo, tive receio de que Friedrick pudesse ouvi-la. Procurei responder rápido dizendo que as chamaria do hotel. Foi o bastante pra que ela perguntasse curiosa:
_Onde você está? Por que não está no hotel?
Respondi que estava entrando num restaurante, que ia jantar e que mais tarde telefonaria pra elas. Desliguei o celular e desculpei-me com Friedrick. Entramos no restaurante. O ambiente era acolhedor e muito elegante. Lá mais para o interior do salão, um quinteto de cordas tocava bonitas músicas. Havia muita gente lá dentro. Fomos pra uma mesa ao lado de uma janela imensa, de onde se podia ver o rio passando. Do outro lado da margem via-se parte da cidade iluminada.
Continua...