Quando calar...

Quando você se calar, vã será minha escritura que necessita do eco de sua voz a dar à ela outros ecos infindos.

Quando isso acontecer (peço a Deus que não), a minha voz morrerá dentro da garganta, sem sentido, porque só tem alguma validade o diálogo.

Quando sua voz cessar, meu castelo desmoronará por incompleto, será corroído pela maresia do oceano que deveria ser nosso por direito.

Minha voz necessita da sua, assim como necessita o vento, a terra, o céu e o mar porque só no seu dizer que eles existem, no nomear que tornam-se mais do que matéria de naturezas mortas.

Seu falar me faz viver e também faz brilhar o mundo.