A tela

Outro dia lhe vi diante de um cavalete e uma tela em branco a sua frente. Estavas absorta o seu olhar perdia-se no horizonte,e seus olhos denotava uma alma vazia a buscar uma verdade que só voce conhece e sabe. Eu estava ao seu lado, mas não me via,tal era sua concentração naquela pintura que você tanto desejava.De repente chegou uma senhora muito simpática perto de você, e começaram a conversar... Então soube que estavas a procurar inspiração para pintar o grande amor de sua vida.Pois a ele queria dar de presente em seu aniversário...Mas o interessante é que suas mãos tremiam, e parece que você não tinha certeza quem queria pintar. Então a senhora de seu lado perguntou por que vacilavas,porque suas mãos tremiam tanto...Então você responde:

Eu não sei se realmente estou pronta para pintar e com plena certeza este grande amor de minha vida..

E a Senhora perguntou: Mas não é ele que você ama,que desejas passar o restante dos dias de sua vida?

Não,sei se é..Estou confusa,pois todas a vezes que começo a esboçar e dar os primeiros passos desta pintura,não consigo firmar-me e tenho medo de pintar quem na verdade não é meu grande amor...

Então a Senhora disse,deixe verdadeiramente seu coração falar bem alto,deixe que ele conduza seus pensamentos,sua alma,suas mãos e com certeza irás acertar em pintura...

Confesso que meu coração ficou em sobressalto,tal era minha ânsia de saber quem você pintaria...

E, escondido por de trás de um carvalho fiquei ali,extasiado,observando quem você pintaria...

E depois de muito tempo,as lágrimas começaram a banhar meu rosto,pois me via naquela tela,com as cores mais belas e nítidas que alguém poderia ser retrado. Chorei copiosamente..E me arrependi de tantas coisa que havia pensado e dito sobre você...

Então você levantou-se pegou o quadro e saiu lentamente....

Pensei,vou esperar e receber este grande presente que a vida me concedeu....

Então para minha surpresa,você apanha o quadro, e vi algumas lágrimas cairem de seu belo rosto...Você o apanha e coloca sobre o chafariz da praça,vira as costa e vai embora...

Antonio de Almeida Andrade

22 de agosto de 1822