AMOR MADURO

Ah!, o amor outonal...
Sempre comparado ao da juventude
Belo, mas rodeado de risco...
Tem sabor de fruto serôdio
Que, por capricho, quis ser
O último para ser sempre lembrado
E incerteza ínsita ao maduro.
Conhece o "território", mas teme o probatório...
Há muito contraste aliado ao desgaste...
Antes de entregar-se observa se conserva a "reserva"
E se cerca de tanto cuidado, ao pular a cerca, que acaba arranhado...
Há os apressados que comem cru e os amantes à moda antiga,
como diz a cantiga e, embora a "amiga" insinue: prossiga
mantém-se na defensiva, com regulamento: primeiro, missiva à
diva e se ela não se esquiva, aí, sim, vai gastar muita saliva
tão necessária para depois, por ocasião do "baião de dois"...
Se o "território" conquistado correspondeu à conquista depois que se tornou alpinista
Não baixa a "crista" e "não pode parar", como diz o paulista...
E, com alegria juvenil, pensa: "com essa prancha inda sou um grande surfista"...


nvelasco
Enviado por nvelasco em 27/02/2006
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