†PENSAMENTOS SOBRE O CONTO DO CORAÇÃO

Sempre pensei que fosse mais fácil ler.

Agora, acho que talvez não seja.

Pensei que sempre estaria ali.

Sei que não esta.

Uma bela redoma de vidro, impenetrável ao abstrato, frágil, e como tal se partiu, e seus fraguimentos minimos se espalharam e se perderam. Não se pode juntá-los.

Sempre pensei que fosse fácil reler, rever.

Não é.

Há algo pertinente nisto não visto.

Há algo que persiste e se muta.

O belo vidro agora partido, viria a ser substituido pelo aço, forte impenetrável a tudo. Nada havia dentro, e tampouco entraria algo.

Mesmo sendo assim, foi dissuadido pelo calor, nobre calor, e perante este se prostou derramado.

Sempre pensei que seria diferente, que restaria algo.

Não foi. Não restou.

Houve uma saida, dificil e simples.

No apogeu consternado, um suntuoso desfecho.

O calor esfriou e o aço se firmou em formas que não poderiam ser moldadas. A proteçao precisava ser refeita, sendo assim, foi. Um muro negro foi erguido, opaco, transponivel, poderia ser penetrado, contudo, uma vez dentro dele nada se via, nada se encontrava, tudo agora estava seguro.

O termino.

No âmago de minhas concepções sempre achei que reviver seria o fim.

Na verdade é...

Ewerton Lages

Ewerton Lages
Enviado por Ewerton Lages em 06/10/2008
Reeditado em 08/08/2011
Código do texto: T1214761