Perdera a chave e agora via a mesma abrir-se sózinha
como por encanto.
Desconfiada Allison se perguntava se eram de novo os
velhos sofrimentos tão antigos e tão seus que de novo
tentavam entrar pela porta da chave perdida.
Mas no fundo ela sabia que são inevitáveis os sofrimen-
tos.  Eles não respeitam  fechaduras nem chaves  que
se perdem por ai.  Entram na vida da gente por qualquer 
nesgazinha de luz ou fresta aberta.

Allison sabe que é caindo que se aprende a levantar  e
principalmente  dar valor ao "estar de pé".
E esse aprendizado não requer fechadura nem chaves.
A vida ensinou-lhe que não há amor sem sofrimento.
A vida ensinou-lhe também que amor só é bom se doer.
Então Allison, sofra uma, duas tres, inúmeras dores.
Não importa.  Perigoso é o amor que não doi.

Ai sim, pensou Allison, se o amor não trás sofrimento,
tem algo errado com esse amor.
Aproximou-se da porta, abriu e convidou o sofrimento
a lhe fazer companhia.
ysabella
Enviado por ysabella em 10/10/2008
Código do texto: T1222270
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