A NOIVA AGREDIDA

A NOIVA AGREDIDA

Aquele foi um casamento muito bem planejado pela noiva, era para ser de uma simplicidade franciscana pois os convidados seriam poucos e íntimos e não haveria festa após a cerimônia, os noivos se despediriam na porta da igreja e de lá mesmo seguiriam para uma curta viagem de núpcias e ponto final; a família da noiva estava de pleno acordo com aquele singelo planejamento, mas eles se esqueceram que os familiares do noivo não dispensavam uma festa.

Quando Letícia a noiva expôs suas idéias aos familiares de Agenor o noivo foi um murmúrio geral, ninguém concordava com aquele plano pobre, mas também não queriam ofender a moça que era apreciada por todos, depois de alguns dias de discussões resolveram convencer a querida noiva de que seria preciso preparar uma festinha , porque amigos e parentes viriam de outras cidades e naturalmente esperavam encontrar alguma comemoração e teriam fome ao chegar.

A jovem Letícia não gostou da idéia, mas para não desagradar ninguém concordou com as mudanças em seus planos e dona Fátima que era a mãe do noivo se encarregou de todas as providencias, mas ela trabalhava com a boa arte culinária e exagerou na dose, a festinha se tornou um festão com muitos salgados, tortas e bombons; para acompanhar tudo isso havia caixas e mais caixas de cerveja, bebidas destiladas e grande quantidade de refrigerantes e sucos de frutas.

Na data marcada os convidados lotaram a igreja, a cerimônia foi linda e tudo corria bem até o final da cerimônia quando desabou uma enorme tromba de água sobre a cidade, foi uma dificuldade chegar á casa dos pais de Agenor onde se realizaria a festa, mas apesar de muito molhados todos conseguiram chegar e valeu a pena porque a festa superou as expectativas, estava melhor do que ótima e todos comeram bem e beberam melhor ainda e o resultado foram os porres.

Um grupo de amigos do recém marido eram os mais animados, liderados pelo travesso Genésio eles aprontavam todas, deram um banho de ovos no carro dos noivos , amarraram latas vazias nos pára-choques e escreveram todo tipo de tolices nos pára-brisas, deram banho de cerveja uns nos outros e não satisfeitos armaram uma guerra de bolas de papel e a munição vinha dos guardanapos da festa; os recém casados estavam saindo alegremente para sua viagem .

Todos foram acompanha-los até o carro para as despedidas, mas Genésio nessa hora fez uma pesada bola com papel e tampas de garrafas e atirou nos amigos, mas atirou no que viu e acertou no que não viu, exatamente no olho esquerdo de Letícia que começou a chorar com o olho inchando rapidamente; foi uma correria para socorrer a moça, colocaram gelo e compressas de água boricada, mas nada resolveu e a coitada viajou para sua lua de mel com o olho roxo e

totalmente estufado, amaldiçoando o desastrado convidado e a festa que ela nunca desejou; foi forçada a aceitar para ser gentil e deu azar.

Maria Aparecida Felicori{Vó Fia}

Texto registrado no EDA

Vó Fia
Enviado por Vó Fia em 16/10/2008
Código do texto: T1232452
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