Um conto de amor

O céu era dono de um azul profundo, nenhuma nuvem. No alto, apenas o Sol, com seus raios cor de ouro, anunciava a chegada de um novo dia. Tudo estava na mais perfeita calma, um vento bom soprava e da montanha mais alta, eis que surge o Falcão Peregrino, ave corajosa voava nas maiores alturas, ruflando suas asas e planando sob a imensidão azul.

Ao notar que era observado por olhos tímidos lá, na terra, parou por alguns instantes no ar e a beleza de suas asas contrastando com o astro dourado formou, no céu, a mais bela arte. Como que atendendo a um chamado, Falcão Peregrino, acostumado a viver tão perto do céu, voou rasante em direção à terra para resgatar Coração Valente, que há muito sonhava com aquele momento.

Uma vibração silenciosa fez aquele coração transbordar de luz e cantar as mais belas poesias que colorem a vida com matizes de esperança. Era o amor que chegava para compor as mais belas canções e construir um novo mundo.

Abrigado no seio do Falcão Peregrino, Coração Valente ganhou asas e pôde voar alto, ultrapassando seus limites, vencendo obstáculos e alimentado o seu grande amor com muitos sonhos. Desde esse encontro, um vive dentro do outro, suas luzes se confundem e ganham mais força, brilham com mais intensidade iluminando o céu e a terra.

Esse casamento silencioso de almas e mentes, uniu Falcão Peregrino e Coração Valente. Hoje, ao olhar para o alto, ninguém consegue saber quem é Falcão ou quem é Coração, pois ambos fundiram-se em um só ser.

Os dois choraram e as lágrimas que vertiam de seus olhos iluminados pela presença de tão delicado amor, fecundaram a terra de sonhos e felicidades. Aqueles olhos choravam de alegria e de gratidão, choravam de alegria e plenitude, choravam por poder enxergar no outro, a si mesmo e pela certeza de que suas almas estarão eternamente unidas.

Este é um conto de almas afins, que se encontraram por merecimento e juntas realizarão maravilhas sem fim.