O AVIÃO ADERNOU

O AVIÃO ADERNOU

Viagens aéreas apavoravam muita gente alguns anos atrás, porque a segurança era quase inexistente, as aeronaves eram desconfortáveis, barulhentas, com pouca estabilidade e os temidos vácuos causavam calafrios em muito marmanjo metido a valente; bolinhas de algodão eram oferecidas aos pobres passageiros para proteger os ouvidos dos roncos dos motores, pois isolamentos acústico era coisa de ficção cientifica.

Para embarcar em um daqueles aviões roncadores, os pobres passageiros precisavam tomar um litro de Maracugina e fazer orações poderosas do tipo de um Credo e levar na mala uma efígie de São Judas Tadeu ou de outro Santo de sua devoção; depois de tudo preparado era hora de embarcar, tapar os ouvidos e voar, mas sem certeza de chegar ao destino porque sair do chão até que saia, mas só Deus sabia se ele ia chegar ou não.

Mas os tempos são outros e a moderna tecnologia garante uma boa e tranqüila viagem dentro do possível, porque acidentes as vezes ainda acontecem, mas nunca por falhas tecnológicas e sempre por culpa do coitado do ser humano, de preferência se o acusado estiver morto, porque os falecidos não podem se defender e escondidas por esses fantasmas as companhias aéreas evitam de pagar indenizações as sofredoras famílias das vitimas.

Não acontecem só coisas tristes nas seguras viagens aéreas da atualidade, coisas divertidas também acontecem, como quando dona Lurdes e seu marido o Zé foram fazer turismo em Buenos Aires; o Zé era um apreciador de uma boa cerveja e por isso era bem gordinho e por coincidência o Boeing da Aerolineas Argentinas levava uma turma de pesos pesados, que ocuparam poltronas da mesma fileira e todos do lado das janelas.

O amável capitão saudou gentilmente os senhores passageiros, os cintos foram colocados e o avião levantou vou, as comissárias de bordo serviram um ótimo vinho argentino e a viagem começou na maior alegria e confraternização até o momento em que a linda comissária pegou o microfone e disse amavelmente: senhores passageiros temos um pequeno imprevisto e por isso tenho que pedir um favorzinho.

E continuou: peço aos ocupantes das poltronas ao lado das janelas que por favor troquem de lugar com os ocupantes dos assentos do corredor, peço desculpas pelo incomodo e apresento nossos agradecimentos; foi um constrangimento para os gordinhos porque todos começaram a rir e a fazer piadas dizendo: se segurem gente que o avião está adernando, mas o jeito foi fazer as trocas e quando desembarcaram em Buenos Aires, o Zé estava injuriado e disse: olha Lurdes, nós vamos voltar de qualquer coisa menos de avião, fui chamado de gordo, coisa que não sou e isso é uma falta de educação e de respeito .

Maria Aparecida Felicori{Vó Fia

Texto registrado no EDA

Vó Fia
Enviado por Vó Fia em 08/11/2008
Código do texto: T1272573
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