Era uma vez... (R15)

Era uma vez uma criança que sonhava, sonhava e sonhava. Fazia de seus brinquedos o seu mundo particular.

Na sua inocência infantil imaginava um mundo diferente, um mundo só seu. Nos brinquedos punha toda sua imaginação e das peças de montar uma a uma ia criando ia transformando. Cidades iam aparecendo, uma terra pequena comandada por um gigante. Não havia poluição, tudo era belo e seu sonho ficava cada vez maior, cada vez mais marcante. E seus sonhos pegavam carona na locomotiva que rodava a cidade linda e maravilhosa.

Sempre era o herói que nas situações mais difíceis salva sua cidade de uma catástrofe.

De criança passa para adolescente, mas o sonho não se apaga, só muda as esperanças. Passa a ter outras virtudes outras idealizações, e faz da solidão sua companheira e dos pensamentos seu confidente. Não acredita em amizade, já que na amizade muitas decepções teve. Cada vez mais se enclausura, guarda as mágoas para si, definha em seus pensamentos .

Cresce, se transforma , é adulto, enxerga o mundo sob novos ângulos, percebe que isso é perigoso, pois o sonho também se transforma, muta para pesadelo, busca consolo na infância, não consegue, a realidade é amarga.

Ah! infância, infância querida

porque fostes embora

porque transformaste assim minha vida

o que será de mim agora

com minha esperança perdida

sentindo a tristeza no peito a toda hora.

Ah! infância, infância querida.

Alexandre Brussolo (13/08/1995)

Se do mundo nada levarei, que pelo menos leve as lembranças de uma vida bem vivida.