Mudanças

Abriu a porta do quarto desordenado,

empoeirado e fechado por mais de dez dias.

Jazia na cama o roupão jogado,

um perfume no ar que embora não ia.

Nos lençóis as marcas de um amor físico,

a paisagem não mudara, era a mesma de outrora.

As toalhas já secas e a memória molhada,

ambas amarrotadas e penduradas lá fora.

Mesmo ela se ausentando, fugindo ou buscando,

o quadro da história havia sido pintado ali...

Trocar os móveis ajudaria, o colchão talvez,

que ali ficou jogado, esperando a próxima vez.

Involuntariamente participara de um retiro piedoso,

dentro de si mesma.

- Chega de encontros práticos e quase desdenhosos

de amor.

Chega de amor que mente.

Virou as costas e fechou a porta novamente.

OLHOS RADIANTES
Enviado por OLHOS RADIANTES em 16/01/2009
Reeditado em 14/05/2011
Código do texto: T1387197
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