Sem açucar por favor!
 
 
Um enjoo descomunal toma conta de mim. Do meu estômago,  uma vontade de estragar meus sentimentos que recruta todos os meus orgãos em busca de me estrangular.
O coração se sente magoado, os músculos doloridos, a garganta se contrai em nós, os olhos dificultam a leitura, uma sede desmedida, enfim, um descontrole
generalizado.
Me sinto aquele rato morto, infinitamente miúdo, jogado no cimento frio, depois da faxina, prestes a ser jogado fora, que vi logo após o almoço. será que ele foi a causa?,
ou foi a bandeira de largada para esta corrida desfrechada?
Nem imagino onde aquele ser que era indefeso quando comeu o veneno foi jogado, posso imaginar de onde veio, do mato ao lado, e penso na sua mãe que desesperada procura por ele,
ou será que, como meu estômago, nem se importa como ele possa estar. Meu estômago era afinal uma ratazana má?
O estômago seria mais para o masculino pai ou para uma feminina mãe? bem, o meu com certeza um masculino-feminino pai-mãe que quer machucar ou despertar algo mais profundo. 
Chego a conclusão que neste caso a identidade genética não importa se quer acertar.
Que buraco fundo ele( a) quer me enterrar com estas dúvidas que me corroem, ou ele( a) quer me catpurar das comparações que ando fazendo nos últimos dias?
Que desperdicio desferido sobre mim!
Busquei no café com bolo, enganar o estômago pensando assim que se esquecesse de me magoar, ilusão!,  nem se deu ao prazer de me notar, continuou no mesmo tom,
arremessando seu fel sobre minhas vísceras. Acho que deseja arrebenta-las para a razão.
Minha boca mina saliva ácida, afogando meus pensamentos, devolvo a ele( a) como protesto.
Empresto minha incomodada sensação ao que acabei de conjecturar e vou ao fogão fazer uma xícara de chá para resolver de vez este conflitoso sentimento.
Deixo para ele( a) uma pergunta...Até onde você quer me levar ou me fazer chegar?...
Antes de me levantar sinto a resposta na dor de cabeça.
Seria este o propósito?, que eu aceite o que deve ser aceito, sem-revolta e sem-comparações que não vão mudar em nada meu destino?.
A revolta resulta em revoltas internas viscerais, diz meu pensamento num repente.
A revolta do estômago continua aqui brincando comigo. Vou au chá!, sem-açucar por favor!
 
Jataí.GO
26.01.2008