Desilusão Amorosa

De acordo com o que seu coração mandava, Jorge, apenas ficou a observar Ana passar estremamente bela e provocante diante dos seus olhos. Como ele poderia reagir se não tinha ainda, assumido esse sentimento para si mesmo. Contentou-se em apenar apreciar o caminhar daquela jovem.

Ao chegar em casa, foi até seu armario e pegou os dois ingressos de cinema que havia conseguido através do festival de poesia do colégio. Obviamente pensou em dar para Ana, porém como era de ser esperar estava completamente inseguro, não sabia o que dizer para convence-la a ir.

Ficou horas e horas na frente do espelho treinando a melhor forma de pronunciar e o que pronunciar para bela moça. Até que em um certo momento pensou que na hora ele decidiria.

Confuso esse Jorge não?! Não. Atitude normal para um menino de 14 anos.

Esperou ancioso para reve-la e poder lhe convidar para ir ao cinema.

- Pai vamos logo, não quero me atrasar para o colégio.

- Calma Jorge, nunca vi você agir assim.

- Apenas estou querendo ir mais cedo ao colegio, só isso.

- tudo bem vamos lá.

Chegando perto do colegio, começou a dar uma sensação estranha em Jorge, começou a sentir-se tonto. Seu pai percebeu, mas achou que logo passaria.

-Jorge quando chegar em casa me avisa

- Claro pai.

Jorge caminhou sozinho até o porto do colégio, e esperou Seu Carlos abrir. Como nunca chegara aquele horario, aproveitou para caminhar pelo colegio enquanto estava vazio, assim pensou melhor no que dizer a Ana.

- Ana como estás?

- Bem Jorge. Que milagre, vieste mais cedo hoje

- É, queria encontrar alguém

- Humm sei, quem é a menina? Já encontraste

- Sim, acabei de encontra-la.

Ana ficou sem ação, e antes que ela pudesse reagir

- Quero lhe convidar para ir ao cinema comigo

- O que?

- Isso mesmo que tu ouviste. Queres ir ao cinema comigo?

- Querer eu quero, mas porque eu Jorge?

- Tenho meu motivos para escolhe-la. Agora deixa-me ir para não me atrasar. É matématica agora sabe como é a professora, ninguem entra depois que ela fecha a porta.

Ana abaixou a cabeça e quando levantou Jorge já estava na frente da sala.

Jorge não acreditou, em como foi facil aquela conversa, que tanto temia. Agora só pensava em como iria ao cinema, talvez ia até comprar roupas novas para aquele dia tão especial.

Ana foi rindo sozinha até sua sala, e após chegar lá concentrou-se apenas na aula. Como de costume.

Jorge estava dando os ultimos retoques em seu cabelo, quando o telefone tocou. Na ansia de atender o telefone, deixou suco cair em sua camiseta, mas nem deu importancia para o ocorrido.

- Alô

- Oi Jorge

- Oi Ana, tudo certo para daqui a pouco?

- É sobre isso que estou querendo falar.

- Fale

- Sabe o Daniel do Primeiro ano?

- Sei sim. O que tem ele?

- Então, ele me convidou para eu ir na casa dele.

- Que isso tem a ver com a nossa saída?

- Ele me convidou para ir no mesmo horario do cinema. E eu...

- Eu...

- Eu acho que eu vou

Jorge ficou tremendamente abalado ao escutar o que Ana disse. Olhou para os ingreços e sentiu gosto de sangue, após morder fortemente seu labios.

- Jorge?

Um silencio contrangedor se instalou entre os dois

- Jorge?

Ana ouviu como resposta o barulho de sua respiração. E Jorge desligou o telefone.

Carlos Chaves
Enviado por Carlos Chaves em 19/02/2009
Reeditado em 21/02/2009
Código do texto: T1446906
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