A BELÍSSIMA DORMINHOCA E A ORIGEM DA ROSA

Todo mundo já está mais que cansado da história da Bela Adormecida. Uma verdadeira preguiçosa. Que isso? 100 anos de sono! Um absurdo... só mesmo em contos de fada. Pois bem, a história que vai se iniciando é mais real. Tem a ver com a vida.

Tudo começou quando num Era uma vez, uma Rosa reivindicou seus direitos no Departamento de fadas madrinhas. Tudo porque quando um bebê nascia recebia a visita mágica das fadas com seus presentes, agora quando desabrochava um botão de rosa nem comemoração havia. Aquela Rosa foi ouvida com facilidade, pois era princesa, pertencia ao trono real das rosas, governava sobre as roseiras.

Até então entre rosas não havia diferença, não tinham sequer aparência, não ganhavam as virtudes provenientes das fadas. Mas agora seria diferente.

Nasce a caçula da realeza. Convidados e mais convidados. Em meio aos contratempos da festa, esquecem (ou não fazem muita questão de lembrar) de uma das fadas madrinhas, diga-se de passagem, a mais antipática e menos amigável, mais orgulhosa, arrogante e soberba de seus poderes mágicos.

Inicia-se a sessão de presentes. As quatro fadas mais generosas e boas são escolhidas e se apresentam.

A 1ª presenteia:

- Dou o perfume e o aroma irresistíveis, um cheiro inconfundível.

A 2ª presenteia:

- Dou a beleza e formato inesquecíveis. Uma estética perfeita.

A 3ª presenteia:

- Dou diversidade, várias cores e tons bem vivos, lindíssimos.

Quando a 4ª fada vai iniciar seu presente, aparece a fada chata que a interrompe:

- Esqueceram-se de me convidar, não é? Fiquei sabendo da festa e vim apreciá-la. Imagine, eu a fada mais poderosa que poderia dar o melhor dos atributos, fui esquecida. Agora, como vingança, darei o meu presentinho: As rosas de hoje em diante além de perfume, beleza e cor chamativa, terão... ESPINHOS! Háháháháháháháháháháháháháhá...... E da próxima vez, pensem antes de não me convidar!

E ela se foi. Todos ficaram espantados e pediram que a 4ª fada desfizesse aquele presente que era mais uma praga. Mas ela, infelizmente, não poderia fazê-lo: depois que um feitiço fosse lançado, não haveria volta. Mas ela disse:

Nem pelos espinhos, a rosa deixará de ser e despertar beleza. Aliás, dou a ela inspiração e romance. E o amor vence tudo, até as mais terríveis barreiras.

15 anos se passaram, quando uma moça encantadora e dócil, a Belíssima Dorminhoca, uma grande princesa, que como defeito só tinha o de dormir até a hora do almoço. Num belo dia, ela vai até o jardim do palácio atraída e admirada pelas rosas. Ela colhe uma, porém não sabia da existência de algo tão feio em algo tão belo: jamais ela imaginaria que belas rosas como aquelas tivessem espinhos tenebrosos. Ao colher esta rosa, ela é ferida por seus espinhos, o que a coloca num longo sono. Quando os reis e toda corte do palácio real achavam que não havia mais meio de acordá-la, se desesperam. Mas surge uma esperança: um belo príncipe com um buquê de rosas na mão. Oh, não! Depois de 15 anos reaparece aquela fada amargurada, agora uma bruxa, banida pelo Tribunal e Conselho da Organização Associada de Estatuto Internacional das Fadas pelo crime de magia maléfica que fere a Constituição das fadas, sobretudo as madrinhas que devem seguir o artigo 544 do parágrafo VI b que diz a respeito da bondade. Ela fugiu com sua varinha mágica e agora quer impedir que o príncipe salve a princesa, pois ela quer fazer o mal, destruir o bem, acabar com tudo que é belo e com toda a natureza principalmente com as rosas, por causa de sua antiga mágoa. Mas o príncipe era inteligente, pegou uma espada e quebrou sua varinha, onde estava seu poder, agora aquela bruxa era igual a todo mundo, e não poderia fazer nada a ninguém, morreu sozinha e solitária. O príncipe após vencer este obstáculo, chega até a princesa e se apaixona pela Dorminhoca e, ao recitar uma poesia romântica, o amor vence mais uma vez. A princesa acorda ao sentir a presença de seu príncipe romântico que trazia rosas perfumadas, vermelhas e apaixonantes. E assim eles se casaram e viveram felizes para sempre, pois eles nunca olharam para os espinhos da rosa, mas sempre se inspiraram em sua beleza, e em seu perfume. A vida é como a rosa. Veja o lado bom das coisas, seja bem-humorado, feliz. Se a princesa não caísse naquele sono, talvez não conhecesse o amor de sua vida. Tire sempre uma lição boa das coisas aparentemente ruins. Não deixe que um insulto estrague cinco elogios recebidos ou que um fato ruim faça com que você esqueça de dez fatos maravilhosos. Aprenda a conviver com os defeitos dos outros e os seus também, você nem as pessoas ao seu redor são perfeitas. Melhore a cada dia, não ligue para os problemas, obstáculos, espinhos, eles sempre vão existir. Vença sem medo. Não faça com que dois ou três espinhos, ou mesmo uma bruxa, te façam desistir de seus sonhos ou escondam toda a beleza e a riqueza da rosa, de sua vida! Olhe para os ricos detalhes que formam um belo conjunto, uma bela orquestra e que superam as pobres dificuldades e limitações. Observe e perceba que a rosa pode ser tão espinhosa e dolorida, como bela, perfumada, cheirosa, inspiradora, artística, pacífica, poética, amorosa e apaixonante. Tudo está no seu olhar: um olhar espinhoso e dolorido que torna a vida bem difícil ou um olhar amoroso, carinhoso, afetuoso, compreensivo, calmo, observador, perfumado e cheio de pétalas que enxerga a vida com humildade e alegria.