DIFUNTO ENGANADO

História de família real.....

Era uma sexta feira cedo e o telefone tocou, era o pessoal da minha avô dizendo que a irmã dela que morava pelas bandas do goiás havia morrido, minha querida avó que Deus a tenha desabou a chorar, minha tia que tinha mais dinheiro (mais do que os outros, porque ninguém tinha nada...rsrsr) resolver bancar a viagem e lá foram: minha vó, minha tia e seu então na época esposo pro tal velório. Diga-se de passagem que tinha muitos anos que minha avó não via sua irmã e o contato era exclusivamente por telefone. Lá foram eles, sem rumo certo do velório, não tinham endereço certo, apenas uma localização geográfica do tal local, ficava perto de uma padaria e na esquina um colégio e por ai vai....etc...etc... Viajaram maios ou menos 4 horas até chegaram a tal cidade que agora não me recordo o nome, só sei que era cidade pequena.

Bom... continuando... entra rua, sai rua, e eles procurando o tal do velório e nada, nada, olhavam pra ver se viam alguma movimentação em alguma rua e nada, porque cidade pequena é assim, a pessoa morre e enquanto não chega a parentaida distante não pode enterrar o falecido, fica lá velando 12, 24 até 36 horas e o povo no chororô...

De repente.... Than than than... avistaram um certo tumulto numa ruazinha escura e lá foram eles como um foguete, ao chegar na porta perguntaram se era ali que estavam velando a Dona Maria e um pessoal de fora falou que sim, ai meu Deus ninguém segurou minha vó, desceu do carro feito uma louca e foi invadindo a casa do difunto, gritava: Maria, Maria cadê você e apesar de não reconhecer ninguém que estava no velório continuou gritando, gritando, Maria quanto tempo não nos vemos e você se foi, Maria que saudade docê...

Quando estava de fronte o cachão sem nem olhar a cara da difunta percebeu um terço na mão do cadáver (minha vó era evangélica) ai foi aquele berreiro, uma gritaria louca.... Tira isso da Maria, (e puchava o terço)e uma moça puchava ela, minha senhora larga isso, foi o último pedido de Dona Maria o terço na mão dela, não largo, quem mandou por esse terço na Maria, Maria não gostava disso, Maria isso, Maria aquilo etc... e ninguém entendendo nada e se perguntando quem é essa veia louca, ta surtando, o povo todo incabulado do barraco que minha vó tava fazendo. Minha tia que até então ficou lá fora porque não conheceu ninguém percebeu o tumulto e logo entrou pra ver o que tava acontecendo, quando chegou na sala onde estava o cachão, olha a cena: Minha vô deitada no pé da tal Maria esguelando com o povo e mandando tirar o terço e o povo da família da difunta pasmo, parado sem agir e sem entender nada, bom... ao adentrar a sala a primeira coisa que minha tia fez foi ver a cara da tal Maria e pasmem... Não era a mesma maria! Quando ela percebeu que tinham entrando no velório na Maria errada tentava arrastar minha vó que por sua vez gritava, me solta, me solta, preciso despedir de Maria e minha tia com toda sua paciência grudou nela e falou:

- Mãe não é tia Maria

- Como não é menina ta doida!

Quando minha vó olhou e viu que não era mesmo...

Saiu os três correndo e pedindo desculpas o povo por ter invadido o velório. Naquele momento não sabiam se riam ou choravam e apesar da tragédia passaram uma imensa vergonha, sabe que aquele ditado "seria trágico se não fosse cómico", pois é e a história não acaba aqui, porque depois do arranca rabo tiverem que sair novamente na cidade procurando o velório da Dona Maria (certa) e quando lá chegaram a primeira coisa que fizeram foi certificar-se que realmente a mulher do cachão era mesmo a irmã Maria dela e dessa vez era mesmo, tadinha deu dó da minha avó, mas depois de todo o ocorrido quando chegarm aqui e foram contar pra o povo o que tinha acontecido, todo mundo quase morreu de tanto rir, foi gargalhada em cima de gargalhada. Pois bem, fica aqui meu aviso, se for em um velório certifique-se que o morto é o própio mesmo.

Vanessa Morais
Enviado por Vanessa Morais em 19/03/2009
Reeditado em 04/07/2009
Código do texto: T1494680
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