CAPITULO IV – (O EPÍLOGO)

 

    O barulho das sirenes foi ouvido ao longe e no exato momento em que João Luiz aproximou-se da janela  pôde perceber que algumas viaturas da policia estacionaram nos jardins daquela mansão, sem nenhuma cerimônia.

    Todos estavam apreensivos e não era para menos. Na tarde em que seria lido o testamento e que se conheceria o quanto e o quê cada um herdaria da imensa fortuna do velho, surge aquele escândalo.

   Ninguém pronunciava uma palavra e não era difícil perceber a enorme preocupação estampada no rosto de cada um, todos com a fisionomia muito tensa. Pelo que o delegado dera a entender o fazendeiro não tinha morrido por causas naturais e ao que tudo estava indicando, um dos presentes poderia ser o assassino......

 

    Mariana estava apreensiva. No seu quarto ela andava de um lado para o outro, quando resolveu que o melhor seria arrumar as suas malas e fugir. Levaria pouca coisa, só o necessário.

    Mudou de idéia quando ouviu a sirene dos carros de policia. Sem saber o que fazer, sentou-se na beirada na cama e começou a chorar, enquanto esfregava nervosamente as mãos. Realmente, não sabia o que fazer.....

 

    O advogado, o delegado de policia e seus dois assistentes ao ouvirem o barulho das sirenes dirigiram-se a janela mais próxima. Em silêncio, compreenderam que estava na hora de cumprir sua missão. Saíram da sala que ficava ao lado do escritório do falecido, onde o restante da família os aguardava e desceram as escadas. Sabiam o que fazer.

    Tinham uma missão a cumprir. Para o delegado não havia nenhuma dúvida sobre o resultado das investigações. Exames preliminares do Instituto Toxicológico confirmaram que o fazendeiro tinha sido envenenado.

    E detalhe importante. O veneno vinha sendo ingerido em pequenas doses e já fazia algum tempo. Portanto alguém de extrema confiança do fazendeiro era o responsável pelo crime. Não restava mais nenhuma dúvida. Outras provas tinham sido encontradas.....

 

   Ao entrar novamente o escritório o advogado, de rosto franzido, encarou um por um e com voz pausada informou que tinha uma péssima noticia para a família. Fora confirmado que o velho fazendeiro tinha sido assassinado e a policia tinha vindo até a mansão para prender o assassino. Todos permaneceram como estavam. Silêncio absoluto. O advogado pediu que aguardassem que em instantes o delegado viria até o escritório para esclarecer tudo.....

 

    Mariana chorava compulsivamente. Não reagiu quando foi algemada pelos dois policiais. Saiu do seu quarto cabisbaixa e soluçando foi conduzida até uma viatura. Seus planos tinham ido por água abaixo. Não houve chance para escapar......

 

    O delegado entrou no escritório e pediu a palavra. Sem rodeios informara que Mariana era a assassina e tinha confessado o crime. E o cometera por um método simples, mas que de tão simples foi facilmente descoberto.

    Ela adicionara pequenas doses de arsênico na medicação ministrada ao velho. O envenenamento ocorreu progressivamente e o óbito seria inevitável. Ele também disse que diante de provas conclusivas, ela resolvera não só confessar como também mostrou aos policiais onde guardava o vidro com o veneno que vinha misturando com a medicação que fornecia ao velho.

     Sabia que ele deixara uma alta soma em dinheiro para ela como herança , pois tinha testemunhado a alteração no testamento. Agora estava tudo perdido. O médico da família, seu verdadeiro amor, já estava preso. Ele , juntamente com Mariana tinha planejado tudo, além de ter fornecido o veneno.....

 

    O delegado se retirou e o advogado começou a ler o testamento. Fazia pequenas pausas para poder avaliar as reações da viúva e dos seus filhos. O fazendeiro sabia que era traído pela mulher, enganado por Mariana e odiado pelos filhos. Nunca teve nenhuma dúvida quanto a isso.

    Queria se vingar. Sabia que estava muito doente e que tinha pouco tempo de vida . Poucos dias antes da sua morte alterou os termos do testamento e ordenou que se fizesse novo registro em cartório sem que ninguém da família soubesse, não se esquecendo de colher as assinaturas de testemunhas idôneas e de inteira confiança, que em troca de uma bela quantia em dinheiro juraram guardar segredo.

    Como vingança , por pura vingança e capricho, distribuiu sua fortuna e bens entre seus empregados, instituições de caridade e para o único hospital da cidade.

    Para a viúva e os filhos deixou apenas o suficiente para que saíssem da mansão o mais breve possível e seguissem cada um o seu rumo, o próprio destino.

     A magnífica mansão, segundo seu último desejo, seria transformada num moderno hospital.....

 

 

                      FIM.

 



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(.....imagem google.....)

WRAMOS
Enviado por WRAMOS em 31/03/2009
Reeditado em 12/02/2013
Código do texto: T1515841
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