CAPITULO III

 

     Milena tinha seis anos e era filha única de Eduardo. Há alguns dias ela vinha se queixando de pequenas dores na barriga, dores essas que com a medicação indicada , desapareciam quase que por milagre, se é que milagres existem.

     Naquele sábado, exatamente às 14:00 Milena voltou a se queixar das dores que desta vez vieram com maior intensidade. Ana Lúcia, esposa de Eduardo vendo que a medicação não fazia efeito, tirou o carro da garagem e levou Milena a clínica mais próxima.

     Por via das dúvidas, naquele momento julgou que era a melhor decisão a tomar. Não queria trocar o certo pelo duvidoso. Como supunha que não era nada grave, decidiu também não avisar a Eduardo o que esta acontecendo......

 

     Eduardo olhou para o relógio. Eram 14:00 quando Rogerinho veio lhe avisar que as instalações e ligações elétricas para iluminação das mesas de frios, bolo e doces e a de chocolates já estavam prontas.

     Não tinha surgido nenhum problema e depois de fazer o teste algumas vezes, acendendo e apagando as luzes, deu-se por satisfeito e avisou a Eduardo que pelo menos ali, estava tudo em ordem. Só faltavam as flores...

 

     Carlinhos procurava , dentro do possível, apressar a ornamentação na igreja. Naquele momento ele contava com a ajuda de dois auxiliares e depois da cerimônia da primeira comunhão que se estendeu por um prazo além do previsto, não faltava muito para terminar o trabalho.

      Mais alguns ajustes nos pequenos arranjos nos bancos e pronto, ali sua parte estaria encerrada. Mais alguns minutos e poderia se dirigir ao salão de festas para completar o serviço.

     O tempo era curto, mais com um pouco de sorte e concentração total, terminaria o serviço à tempo. Na igreja, tudo ficou pronto e descontado o atraso involuntário, a ornamentação tinha ficado linda. Carlinhos realmente era um artista.

     Agora, era só recolher excesso e as sobras das flores e folhagens. Dirigiu-se ao carro que estava estacionado nos fundos da igreja. Lá chegando, ficou paralisado com o que viu.

     Um enorme caminhão estacionado bem na porta estava impedindo sua saída. Procurando pelo motorista, soube que ele e o ajudante tinham ido almoçar. Ninguém sabia informar onde......

 

    Eram exatamente 15:00 quando as toalhas chegaram ao salão. Eduardo tinha pouco mais de quatro horas para arrumar tudo. Ele sabia que no curto espaço de tempo que ainda restava para o inicio da festa isso seria muito difícil e no salão, naquela hora, só estavam ele e o inseparável Rogerinho, Eulália e o marido.

     Só quatro pessoas para cobrir todas as mesas e as cadeiras e seria um milagre se conseguissem terminar a tempo. Eduardo não pensou duas vezes e deu ordens para começarem a tarefa. Não teria que correr, mas voar contra o tempo....

 

    Ana Lúcia , no hospital, empalideceu quando soube que o que tinha acontecido com Milena era muito mais grave do que ela imaginara. O médico que atendeu a menina determinou a internação imediata avisando que uma cirurgia teria que ser realizada imediatamente.

    Ana Lúcia, não sabia o que dizer e nem o que fazer. Ainda em estado de choque viu sua filha ser levada pelas enfermeiras para ser preparada para a cirurgia. Ela se lembrava vagamente do médico ter falado algo sobre visícula, baço ou qualquer coisa assim. Ela estava em dúvida se deveria avisar a Eduardo. Ela sabia das preocupações dele com os preparativos de qualquer festa e principalmente com aquela, que seria de grande porte.

     Ana Lucia pegou o telefone, mas continuou indecisa se ligava ou não para avisar o marido sobre o que estava acontecendo.......

 

      Eram 16:00 quando Carlinhos chegou ao salão. Ele tinha praticamente menos de três horas para fazer um serviço que normalmente levaria cinco horas e mais alguma coisa. Sem muita conversa, descarregou as flores, deixando-as bem no meio do salão e quando se preparava para arrumar os primeiros e maiores arranjos, percebeu que os pequenos vasos de vidro que ficariam em cima das mesas tinham sido esquecidos.

     Alguém teria que voltar correndo a floricultura para pegar os tais vasos. Eduardo estava tenso. Daqui a pouco vinte e cinco sacos de gelo seriam entegues.

    Ainda bem que a maior parte das bebidas já estava arrumada nos enormes tanques que ficavam na copa. Era só jogar o gelo por cima que em pouco tempo as bebidas estariam super geladas...

 

     Às 17:00 quando os garçons chegaram, imediatamente metade deles começou a ajudar na arrumação das mesas e a outra metade se dirigiu a cozinha para preparação dos canapés, das bandejas de frios e outras bandejas de convidados. Quase que ao mesmo tempo, também chegaram o bolo, doces e os chocolates.

    Agora era só uma questão de correr contra o tempo para terminar de arrumar tudo. O clima estava tenso, Eduardo suava em bicas e ainda faltava muita coisa para organizar , mas o pessoal se desdobrava para que tudo desse certo.

     Procurando se acalmar, Eduardo dirigiu-se a cozinha para tomar um copo d'água. Eram 17:30 quando seu celular tocou. Era Ana Lúcia.....

 

                              (…..continua.....)

 

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(.....imagem google.....)

WRAMOS
Enviado por WRAMOS em 05/04/2009
Reeditado em 13/02/2013
Código do texto: T1523750
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