Minha paixão verdadeira

Pele rosada, rosto de traços finos, delicados como a rosa, impetuosa como o espinho. Acerta meu coração com as fechas de seu olhar, arrebatando-me em no leilão de meu delirante sonhar.

És bela e resplandecente, sorri como uma criança, em teu gesto vejo uma mulher, tenho o prazer de guardá-los na lembrança.

Passou por mim em romaria, junto com outras do mesmo convento, sádico destino me assola, me deixando desatento.

Sonho com um beijo da bela dama, vestida com hábito de freira, mostrando-se pura e ingénua, escondendo a guerreira verdadeira.

Aquela que luta para sair, fugir daquelas vestes longas, vindo de encontro aos meus braços, isso seria interpretado, como uma verdadeira afronta. Por tardes á fio espero na praça, apenas p/ vê-la passar, cabeça baixa e um sorriso tímido, me fazendo endoidar!

Hoje não tem jeito, vou em direção á ela, tiro o chapéu em respeito as demais donzelas.

_Como tem passado doce criatura de Deus?

Pergunto sem retruca, espero ansioso a resposta, vejo o brilho em seu olhar.

Tímida! Rubra é a cor de sua pele, tão puro é teu semblante, que me arrepia, me repele. Procuro manter-me gentil, meu cavalheirismo é impecável.

Ela olha com um olhar bem sutil, um sorrisinho infantil, a dama, pura moça mulher, responde-me sem pensar.....

_Estou bem caro senhor! E obrigada por perguntar, já que á dias observo-lhe, e vejo que não desiste de me olhar!

_Não sou freira do convento, este é meu uniforme escolar, vim transferida de outra escola, apenas p/ estudar!

A dama me sorri com graça, e eu perdi o rebolado, á vejo ir embora sorrindo, e eu me sentindo um palhaço! Não tive vontade de revê-la, pois a vergonha toma-me como posse, temo em olhá-la mais uma vez, e de próprios punhos condenar-me a morte!

Um dia quem sabe não torno á vê-la, fora daquelas vestes que não ouso profanar. Talvez despida em meus braços, lógico e claro... Após sairmos do altar!