(om.)

bolhas de um mar arroxeado boiando & voando no ar de um crepúsculo eterno e alaranjado primordial, vazio de qualquer existência, ondas que insistem em ir e vir de qualquer lugar para outro, espumosas, sabão roxo e líquido, mas nada de areia, e um sol poente que mergulha sempre e sempre retorna, adicionando volume às águas e ao mergulhar solta um suspiro de baleia agonizante, nem sequer uma praia, um caranguejo, um peixe, nada, ou nirvana de uma mente em um domingo plácido pós-sexo enfumaçado, brumoso, divino - os olhos enormes da via láctea a babar carinhosamente sobre um planeta de cores puras e água, o cuspe do amor - bolhas e mais bolhas de ondas que já foram, o simples movimento da perda de calor nos tempos imemoriais

sem canetas ou cálculos ou Jesus e mistérios imprevistos são a lei fim e começo assim no Céu como nas águas destituídas de "Espíritos" ou noções elementares de Cosmos sonos sonhos & visões sedimentárias

- paz - luzes e cores e nada mais nessa vida de brilhos e lagos e também de fantasmas-fluidos-da-inconsciência. sem fronteiras de pensamento fulvo o azul se apaga nas pontas de plasma da curvatura solar, caem as estrelas, disparam muitos reflexos simultâneos - silêncio; escuridão; vôo assintótico universal - o céu se derrete nas águas, que são aspiradas para o céu, em lampejos de preto e branco, a posteriori negro

e tudo será diferente

ou igual