Americana

AMERICANA

Começa nosso relacionamento quando saíamos da adolescência onde a vida nos encantava mais a cada dia, via naquela menina de sorriso farto um encanto por ser jovem e que ainda não tinha encontrado outro igual.

O namoro teve seu início logo, éramos ligados um ao outro tanto que só vivíamos o nosso momento, esquecendo-nos que o mundo era maior que isso. Foi asstm que nos tornarmos homem e mulher e era só uma conseqüência natural do doce convívio. A gente queria sempre mais de nós dois e aceitávamos os defeitos do parceiro por achar que o amor que mostrávamos um pelo outro conseguiria vencer qualquer barreira à nossa frente. Tanto foi assim que nos casamos bem jovens, a nossa vida um encanto igual a de qualquer casal apaixonado.

Na vida éramos colados do tipo “se você for eu vou” e sempre houve carinho em qualquer situação. A vida nos impôs uma situação que nos abalou. Foi quando Elis não conseguiu dar à luz o nosso primeiro filho.

Elis se sentia culpada por isso e com o agravante de não poder gerar outra criança. Isso a deixou sem rumo, mesmo eu tentando contornar aquela situação que vivíamos. Ela teve os melhores médicos e toda uma equipe de psicólogos para auxilia-la naquele momento e graças a Deus conseguiu passar por aquela situação delicada.

E levamos a nossa vida em frente.

Por nos casarmos jovens a vida nos cobrava respostas para um punhado de coisas, e nos perdíamos em determinadas situações e isso deixou marcas que com o tempo tornaram feridas.

Os acontecimentos apareciam: uns bons outros maus e com isso levávamos a nossa vida, tolerávamos as coisas erradas do parceiro que desgastando o nosso dia a dia.

Tudo na vida tem um começo para acontecer e conosco não foi diferente. Tentei segurar a união que durou um bom tempo, não sei se tenho culpa na história, pois sempre fui o mesmo desde o começo. De anos para cá não sei se existe uma amizade ou companheirismo.

Resolvi me questionar se aquela que seria a vida que idealizamos. Então conversei com Elis sobre o que acontecia entre nós há tempo. Nenhum dos dois estava satisfeito com a vida que levava. Sentíamos solidão apesar de estarmos juntos.

No começo foi complicado começar de novo da estaca zero, pois sempre fui medroso com tudo e seria uma reviravolta e tanto, mas me sentia mais leve e com disposição de encarar uma nova vida seja lá onde fosse.

Num almoço da família que era costume desde quando nossos pais se foram, revelei as mudanças que gostaria de fazer na vida. Todos me questionaram se essa era a melhor escolha. Morar em terras estranhas longe do aconchego da família? Como seria na em hora de uma turbulência qualquer?

Falei que gostaria de ima virada completa e gostaria que fosse um lugar afastado. Não precisaria ser uma cidade enorme, mas tranqüila e que já tivesse uma infra-estrutura montada, coisa de velho de 50 anos.

Fiz uma seleção entre as cidades dos estados da região sudeste que tivesse um perfil que eu tinha na cabeça. Ao final eram várias cidades que me atendiam, então pedi a uma criança que passava pela rua para escolher uma. Joãozinho fala: é Americana. Sem saber de nada ele me indaga o que era aquilo, então, fiquei embananado, e disse que depois lhe explicaria.

Sabendo que o destino seria Americana no estado de São Paulo quis fazer uma pesquisa de campo para conhecer um pouco mais da cidade que seria o meu paradeiro de agora em adiante

Durante a tarde busquei na internet informações gerais sobre Americana. Queria conhecer mais da cidade e do seu passado e achei interessante a história. Os primeiros registros sobre a ocupação do território de Americana datam do final do século XVIII, quando Domingos da Costa Machado adquiriu uma sesmaria da coroa, entre os municípios de Piracicaba e Campinas. Nessa região surgiram varias fazendas, mas as que ganharam maior projeção foram a Fazenda Salto Grande e a Machadinho (nesta última surgiu a vila que deu origem a Americana).

Em 1866, as terras da região começaram a ser efetivamente povoadas por imigrantes norteamericanos. Em especial pelo senador William Hutchinson Norris, que adquiriu terras próximo à casa sede da Fazenda Machadinho e do Rio Quilombo para instalar seus compatriotas sulistas, fugidos da Guerra da Secessão. Formaram-se na região vários núcleos habitacionais de famílias norteamericanas. O que deu origem à cidade de Americana se formou quando o imperador Dom Pedro II, no ano de 1875, fundou uma estação de trem nas terras da Fazenda Machadinho, defronte com à casa-sede da fazenda.

A construção da Companhia Paulista de Estrada de Ferro, iniciativa dos fazendeiros de café da região, facilitava o escoamento desses produtos regionais. Nesse período, com o loteamento de terras ao redor da estação, formou-se o 1º Núcleo Urbano.

A estação foi balizada como Estação de Santa Bárbara Em seguida o capitão Inácio Correia Pacheco loteou as terras em torno da estação, mas não existe uma informação oficial de quando se iniciou o loteamento, então se considera como marco da fundação a inauguração da estação, no dia 27 de Agosto, O nome da cidade vem do fato dos lotes foram terem sidos comprados por famílias norteamericanas, e a vila passou a ser conhecida como vila dos americanos.

Americana é um município brasileiro do estado de São Paulo e microrregião de Campinas, fundada em 27 de Agosto de 1875.

Os primeiros registros sobre a ocupação do território de Americana datam do final do século XVIII e que se estabeleceram nas terras de Salto Grande, distribuídas ao longo das margens dos rios Atibaia e Jaguar, afluentes do Rio Piracicaba. Cultivavam a cultura de cana de açúcar e aguardente. Em meados do século passado, crescia o plantio de café e em seguida o de algodão, juntamente com as famosas melancias do tipo "Cascavel da Geórgia".

A Fábrica de Tecidos Carioba é considerada como berço da industrialização de Americana. Da antiga fábrica, fundada em 1875, concomitantemente com a inauguração da Estação da Cia Paulista de Estradas de Ferro, da qual distava 3 Km evoluiu para a atrativa vila industrial a partir dos primeiros anos deste século. Com mão-de-obra qualificada em diversos setores, o município destaca-se como um dos principais pólos fabricantes de tecidos planos de fibras artificiais e sintéticas da América Latina.

Depois de terminar a leitura, ao final da tarde, liguei para rodoviária para saber os horários dos ônibus para Campinas e disseram que o valor era de R$ 10,00 e sairia às 23h30min e estaria vazio por ser um carro leito e pela manhã sai ás 09h.

Viajei naquela noite mesmo, estava ansioso para conhecer Americana e criar um novo rumo. Já em Americana fui para um hotel que conheci na internet. Observava tudo em volta por onde passei no táxi e conversei bastante com o motorista e ele me deu dicas sobre a cidade e locais movimentados. Isso é importante no meu negócio onde as informações têm de ser bem analisadas, pois um passo em falso o prejuízo é certo.

Procurei conhecer todo o centro da cidade e em que ruas os coletivos mais circulavam e pude ver a hora do movimento de cada um no dia a dia do bairro centro e vice versa e quais as linhas teriam maior fluxo de pessoas e quais seriam os seus pontos no centro. Depois de observar direito concluí que na avenida principal, chegando ao centro, seria o melhor local para instalar a minha papelaria. Vi que ia ser difícil achar um ponto, pois a idéia era comum a tdos comerciantes. Esse foi o meu impasse. Pesquisei e não achei o que me agradasse. Então procurei um bairro central onde existisse comércio. Aí dei sorte, pois tinha sido inaugurado um conjunto habitacional que deveria ter umas 10000 pessoas só nos prédios, sem contar nas residências. Estava próximo de uma área industrial também perto do centro de Americana. Graças a Deus fechei negócio com o sindico geral dos prédios, pois ele era o responsável também pelo aluguel das lojas que fazem parte do conjunto e esse aluguel teria uma duração de cinco anos, com possibilidade de renovação.

A loja de Belo Horizonte estava vazia, pois estávamos num período de fraco movimento e não faço estoque sempre tenho o básico que não é muita coisa, comprando o resto quando preciso. Conversando com o Sr. Ronaldo que é o sindico do conjunto, pedi informações de uma imobiliária que pudesse alugar uma casa, pois tinha cachorro, que é o meu fiel amigo e não queria desfazer-me dele. Ele me deu a dica da Liberdade Empreendimentos que era ali perto mesmo, Consegui alugar uma casa média, perto da loja em bom estado e toda cercada com cerca elétrica, precisando só de uma pintura.

Mais um pequeno espaço de tempo e estaria morando na casa. As coisas da loja, contratei uma transportadora especializada para fazer a instalação. Num desses dias o Sr. Ronaldo me perguntou se precisaria de uma pessoa para tocar comigo os negócios. Realmente necessitava desta pessoa, mas ainda não sabia onde buscar tal mão de obra. Então me falou de uma senhora que era gente dele e que assumiria qualquer problema que por ventura ela causasse. Ela precisava trabalhar para sustentar seu neném, pois era separada de um picareta que não queria saber de nada, tanto que o mandou pra fora de casa. Ronaldo disse que ela era professora antes de se envolver com o Jorge e isso poderia ser útil no meu estabelecimento o com que concordei de imediato. Pedi ao síndico para falar com a Sra. Ana Paula que me procurasse.

Dias depois a Sra. Ana Paula chegou à loja onde trocamos idéias. A conversa foi muito produtiva no aspecto geral, fora as dicas importantes nesse mercado novo. Sou um observador nato e a Ana me passou confiança. Gostei do seu jeito de expor os assuntos, sabia o que falava, e era muito educada. Convidei-a para trabalhar comigo. E como já era sábado perguntei-lhe se queria começar na segunda e no decorrer da semana ela correria atrás dos documentos para assinatura da carteira. Perguntei-lhe qual era o horário comercial lá em Americana. Ela me diz quanto ao comercio dá cidade era 8h às 12h e de14h às 18h, no sábado de 8 até às 12h, mas quanto ao Shopping Center existia uma diferença no horário.

Sentia-me mais íntimo dela e comecei a chamá-la de Aninha por achar mais perto e carinhoso. Expus seu horário de trabalho que seria de10h às 12h e depois das 14as18h Ana achou ótimo o turno de serviço, pois ficaria com seu filho um pouco de manhã e a sua mãe, que mora com ela, levaria e buscaria o Vitor no colégio por ser perto de sua casa.

A Ana adaptou-se fácil a minha forma de trabalho e todos que chegavam a loja perguntavam se trabalhávamos juntos há muito tempo tal mera o entendimento. Aninha era professora, então pedi para fazer um trabalho de divulgação dos serviços da loja nas escolas. Queríamos colocar o nosso nome na vitrine das escolas como sinônimo de bons preços e bons produtos. O decorrer do tempo fez com que aumentássemos nossa gama de produtos. A necessidade de outra pessoa já era urgente para manter o nível dos serviços,

Foi nesta época que a pedagoga de uma escola me chamou para conversar sobre um determinado trabalho. Agendei essa visita para dois dias após. A Clara, fazendo psicologia, e, amiga da Aninha, começa a trabalhar na firma. Adequou-se a política do estabelecimento, mas tinha um gênio forte.

No colégio D’América procurei a Senhora Vicentina, que é a compradora do estabelecimento, pedagoga e uma das proprietárias. Seu estabelecimento fez várias compras na loja e veio me perguntar se interessaria em fazer serviço gráfico do colégio, pois estariam terceirizando, porque descobriram que os funcionários estavam usando as máquinas em benefício próprio e ficaram com medo desse serviço continuar mesmo com outra pessoa. Quando soube dessa nova situação solicitei a D. Vicentina que me passasse qual seria o serviço e eu faria um levantamento para saber se seria viável.. Ela me passou que precisava então lhe pedi o feriado para retornar com a resposta. Regressei e perguntei a Aninha se ela ficaria na loja com a Clara, pois teria de voltar a Belo Horizonte no feriado, para conversar com um velho amigo e convidá-lo a fazer parte da nossa equipe de trabalho.

Na quinta-feira cedo, quando cheguei a Belo Horizonte fui direto pro Henrique, um dos meus irmãos, por dois motivos é o aniversário do meu sobrinho Lucas e ser um ponto mais central onde poderia ganhar tempo e me deslocar com facilidade. Na parte da manhã liguei para o amigo Oscar que não via há uns quatro anos sua neta Érika, que conheci ainda nova, reconheceu o meu timbre de voz e fez a maior festa. Ela sempre me chamou de tio. A delicada Érika me diz que seu vô não estava, mas deveria voltar logo. Então passei para ela o número do telefone e pedi para passar pra ele. Pouco tempo depois o telefone ressoa na casa do meu irmão e já era o Oscar, meu amigo, querendo falar comigo.

Era uma pessoa alegre, mas não comentava a sua vida com ninguém, estava sempre sorrindo. Como seu amigo, tinha uma abertura maior e sabia o que lhe marcava desde a época que trabalhou numa gráfica e num banco durante anos.

Depois dos cumprimentos convidei-o para almoçar. Ele deu uma das dele, perguntou-me se estava doente, pois eu era muito pão duro. Disse que era impressão dele e acertamos uma hora mais tarde, no restaurante Felicidade.

O meu costume é chegar no horário e não foi diferente e tomei o maior susto quando vi o Oscar no restaurante. Ficamos felizes com o reencontro depois dessa ausência prolongada, os assuntos se multiplicavam com facilidade. Deixe-o conversar, esperando a hora certa para falar o que queria. Em determinado instante ele fala que está sentindo-se só, pois perdera sua companheira e que não estava mexendo com mais nada, totalmente parado. Conhecendo seu potencial de trabalho o chamei-o para ir comigo para Americana e trabalharmos juntos, pois eu também só tinha o Sorriso, que é o meu cachorro e também sentia falta de conversar com alguém. Nessa hora vi nele um sorriso diferente parecendo ter gostado da idéia. Como achei que gostou da história, propus o que queria e ele adorou o fato e até me agradeceu por isso. Depois do almoço fomos até a rodoviária e marcamos nosso embarque no leito de domingo.

A estadia aqui foi bastante proveitosa. Lembrei também que no dia 11/06 era aniversário do meu irmão mais velho, que está atualmente morando no Rio de Janeiro. Liguei para ele no intuito de cumprimentá-lo e no dia 13/06, dia de Santo Antônio, é o aniversário de uma cunhada que estimo, a Betinha, pessoa da prateleira de cima. A missão foi cumprida em Belo Horizonte. Despeço do povo e vou para a rodoviária encontrar o Oscar, como de costume tomo um remédio para dormir na viagem.

Chegamos a Americana e fomos lá para casa, onde o Oscar arrumou seus pertences e nesse intervalo liguei para a Aninha, querendo saber das novidades na loja, enquanto estive fora. Ela diz que foi tudo tranqüilo e me pergunta como foi a viagem em Minas. Falei que correu tudo bem e teria um colega novo mais velho e disse-lhe mais, que estaríamos na loja na parte da tarde.

Quando chego na loja, com o Oscar, ele já chegou descontraindo as meninas para ficar mais fácil o papo e não deu outra coisa já pareciam ser amigos. Mais adiante senti Aninha calada demais, pois conheço o seu jeito e gosto dela como uma filha e lhe indaguei o que era aquele rostinho triste.

_ “Há um tempo atrás eu estava no clube com meu filho e fitei uma coisa diferente que me chamou a atenção, era um homem brincando com sua filha e aparentemente parecia estar só os dois no clube. Ele estava de óculos escuros e não deu para ver o seu olhar. Fiquei calada e sentei-me para pegar um pouco de sol. Quando acabo de sentar a menina que estava com o pai na piscina veio me entregar um bilhete. No bilhete estava escrito o nome dele com um telefone, Agradeci a criança dando-lhe um beijo no rosto e fiquei na minha. Deixei passar um tempo me indagando sobre aquela situação e só pensando, pois o que vi era um homem com uma filha num clube, num belo domingo, sozinho, parece até o meu caso. Criei coragem e liguei para ele, pois sentia falta também de uma pessoa para conversar, pois a minha vida não era fácil e nem tinha tempo para mim mesma e descontava-nos outros, que não tem nada a ver com isto. Creio que é sintoma de solidão. Robert, era o nome dele e trabalhava como gerente de produção na empresa que presta o abastecimento de luz na cidade e que já estava separado há um bom tempo e a esposa o deixou com a filha e partiu com outra pessoa. Ai pensei como nossas histórias eram parecidas e devíamos ter a mesma solidão. Marcamos um encontro. Ele me pareceu uma pessoa sincera e sofrida, mas fiquei em dúvida, pois a gente vê tanta coisa que acabamos nos trancando para o mundo e deixamos de viver o lado bom da vida. Nisso fiquei confusa e estou assim.”.

Falei para ela levar a vida pra frente e dei a maior força para o rapaz e vi na Aninha uma cara de felicidade, quando falei que não se deve fazer um julgamento de ninguém. E se fosse aquela pessoa o seu outro lado da laranja. Com isso Aninha me deu um beijo no rosto em sinal de gratidão.

Deixei para ir à escola no dia seguinte conversar com D. Vicentina, pois gostaria de ouvir do Oscar a sua opinião sobre a loja e se precisaria adquirir mais máquinas.

Dormimos naquela noite mais cedo, sinal do cansaço da viagem, pois não somos s tão jovens.

Agendei com D.Vicentina as 11h daquela manhã e falei que levaria uma pessoa responsável pela parte técnica e operacionalidade dos serviços que serão prestados ao colégio. O contrato será de cinco anos, renovável de acordo com os interesses das partes automaticamente. A conversa com a psicóloga foi tranqüila. Entramos num acordo que foi bom para as duas partes e por incrível que pareça não teve nenhum senão.

Semanalmente a loja era visitada por vários representantes oriundos quase do Brasil inteiro, levando sua linha de produção para venda futura ou até mostrar as novidades do mercado que são muitas a cada dia e enchem os olhos de qualquer pessoa. De uns tempos para cá um recém formado em engenharia de computação o Pancrácio, vem me chamando a atenção. Veio várias vezes aqui para me oferecer programas, às vezes com catálogos antigos, mais para conversar fiado, com especialmente com Clara que ficava demasiadamente alegre no dia em que ele passava na loja. Sendo uma ariana típica resolvi nunca perguntar com medo de ouvir alguma coisa que não fosse gostar.

Chega época de prova no colégio D.Vicentina me pede para procurar a Marli, professora de Matemática, pois ela queria me passar umas explicações como deveria ser a sua prova. Eu ainda não a conhecia pessoalmente. Neste dia quando nos encontramos pela primeira vez senti algo diferente do tipo amor à primeira vista. Eu mesmo não entendia o porquê daquilo, mas era muito bom tudo e penso ter acontecido o mesmo com Marli, pois ela ficou toda sem jeito, só no decorrer do papo foi se arrumando e ai a conversa correu solta; Falávamos de tudo um pouco, desde esse primeiro instante de papo comentamos que éramos separados e que vivíamos muito sós. Marli diz que tem um casal de filhos que praticamente não dependem mais dela para nada e que já estava separada há 10 anos. Contou-me também que foi sempre o pai e a mãe dentro de casa todos estes anos e que a sua carga era pesada, mas mesmo assim sentia-se bem e era uma mulher resolvida para a vida só com solidão.

Ela disse que era só, mas há medo de se apaixonar e sofrer novamente. Ouvindo dela essas palavras, na mesma hora meu coração brecou e voei o mais alto que pude, para tentar encostar na àquela estrela cintilante numa noite enluarada de inverno, mas calculei errado a distância que nos separa e percebi que tal estrela só existe no meu coração apaixonado.

Pergunto-me se a solidão será a minha sina ou devo encontrar alguém que preencha esse espaço de destaque em minha vida.

Escritordsonhos
Enviado por Escritordsonhos em 22/06/2009
Código do texto: T1662236
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