Ao Redor da mesa

Em procissão Pedro queria conhecer o gabinete do seu Estado e junto com os seus amigos foram em busca do sonho de Brasilía. Tanto que logo que Pedro chegou em frente a rampa do Congresso Nacional se viu num filme mágico.Assentado ficou imaginando pelas fotos de um amigo, quando da sucessão presidencial...Aquele mar vermelho de esperanças, pessoas vestindo a mudança, na crendice de um Estado melhor.

Nas dependência da casa do povo, o sonho começou a tomar outra forma, outro rumo...Quando foi parado para se identificar, constrangido inúmeras vezes ao passar pelo detector de metais.Até de fato estar com os seu amigos no salão de debates das leis, onde se começa a decidir a situação do país.

Naquele teatro da Assembléia, que rascunha-se na televisão, o que se via, em série eram três parlamentares debatendo, o substituto do presidente da Câmara,cadeiras vazias, pláteia que não existia e um painel que prestava a informação, de que alguns outros representantes do povo estavam acomodados nos seus porões recebendo seus milhões enquanto não há espaço para a Educação, Segurança ou Saúde.

Na cabeça de Pedro muita coisa se passou...

Dona Flor tacacazeira; Gel pedreiro; Pilão motorista de taxi; Dona Edna lavadeira, Girlane pedagoga desempregada, Dona Graça aposentada; Marquinho empinando rabiola; A escolhina da Boca do Acre fechando as portas e tantos outros absurdos andando na rua pedindo dinheiro ou justiça com as mãos.Pessoas que pagam a prestação da vida desse povo sem respeito pela nação.

Pedro prestou a atenção nas verdades cogitadas lá... Adolescência, demarcação das terras Raposa do Sol, geração de empregos, aumento dos seus salários e tantos outra aberrações, que são de alcunha da vontade política.Chegou a conclusão que lá era o lugar de todo mundo, menos do povo.

Bem depois, seguiu com seus amigos a concha do senado, pensando mudar a visão, aliás a bandeira desenhada em azul, coitada, se parecia com algo, não iria além de uma mera ilusão, de um cidadão.

Cidadão, que até na última hora protestaram, mas foram alertados, realertados, que não poderiam da plenária fazer manifestações.

Obrigados a ficar calados tiveram que amargar essa submissão.Coisa que não suportaram mais e seguiram viajem, noutro passeio sem direção.

Pedro viu mulheres belissimas, viu canteiros e belos quadros.E enquanto viajava se deparou com a biblioteca sem alma, com bustos de homens e glórias, entre tuneis bizarros guardando uma história, que nem de perto dói na memória desses nossos políticos.

Cansados de tanto andar resolveram entre uma galeria e a saída, enquanto um senador aterrorizava a população com a crise, enquanto um novo escândalo se descobria, os rapazes e moças, baitam fotos e Apontavam alguma detalhe...

Quando pedro exausto, resolveu no chão assentar.De subito e para surpresa geral, um segurança, mais do que depressa, surpreendendo e aterrozidando agarou Pedro pelo braço e o repreendeu dizendo que lá era uma casa do governo.No chão não poderia sentar.

Meio desorientado, o rapaz orfegante, ainda assustado levantou, mas perguntou exclamando ao seu grupo:

- engraçado no chão da casa do povo, sentar é proibido, mas roubar pode!

Sem dizer mais nada o jovem foi conduzido a força, com os seus colegas para fora das dependências do Congresso, sob o título de que todos eram anarquistas.

Alberto Amoêdo
Enviado por Alberto Amoêdo em 23/06/2009
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