Corpo a Prova

Tirei o dia de folga, aproveitei para deixar a casa em ordem, fiz uma boa faxina, quando terminei fui tomar um banho, queria aproveitar bem o meu dia. Eu havia acabado de fechar um grande negócio na empresa onde trabalhava. Fui ao teatro, cinema, à sorveteria, fui a muitos lugares. Na volta para casa, decidi caminhar um pouco, afinal, eu estava precisando perder uns quilinhos. No meio do caminho, conheci Alice, ela fazia malabares no sinal, conversamos tanto que nem vimos a hora passar.

Nos encontramos outras vezes, ela prometeu que me ensinaria a manusear os malabares, executando manobras e truques. Alice parecia uma garota triste, embora, ela dava muitas risadas, mas o seu olhar era triste.

Um dia ela chegou em minha casa chorando, desesperada, abri a porta e ela me abraçou, por uns cinco minutos ficamos assim, abraçadas, perguntei o que havia acontecido, só então descobri o porquê daquele olhar tão triste. Alice me contara que era tratada como uma empregada pelos próprios pais, e que não podia ter amigos, nem sair de casa, todas as vezes que nós encontramos, saíra escondida, foi então que seu pai descobriu e a espancou. Alice estava cheia de hematomas pelo corpo todo. Fiquei indignada, na mesma hora a convidei para morar em minha casa e ela aceitou.

O tempo foi passando, estranhamente, comecei a olhar para Alice de outra maneira, ficava olhando o seu corpo jovem e percebi o quanto ele era lindo e perfeito. Ela tinha a mania de andar a vontade pela casa, ou melhor, com pouca roupa, e aquilo estava me incomodando, se eu fosse um homem andaria com o pau duro vinte e quatro horas, não aguentava mais aquilo. Alice saiu do banheiro, foi para o meu quarto, sentou na cama, os cabelos molhados, só de calcinha e um top, não pude resistir e a agarrei e a beijei, senti que fui correspondida, mas ela me empurrou, ficou um tempo sentada na cama, de costas para mim, sei que errei, estava tão arrependida, levantei e fui para a cozinha tomar um copo de água, quando voltei, Alice estava de pé na porta do quarto, nos olhamos profundamente, e então ela começou a baixar a sua calcinha, depois tirou o top, a beijei como nunca, senti o quanto o seu corpo me queria, fomos para a cama, comecei a beijá-la, da cabeça aos pés, abri as suas pernas, encostei a minha língua, lambi, chupei, parecia um vulcão em erupção, ela arranhava as minhas costas, lambia os meus seios, trocávamos de posição, sempre com a mesma intensidade, o nosso prazer parecia não ter fim. Amanheceu, Alice acordou em meus braços, abriu um lindo sorriso e me beijou.

Nossos dias e nossas noites eram sempre intensas, fazíamos amor a qualquer hora. No dia do seu aniversário, comprei-lhe um cachorro, Alice ficou muito feliz, mas após uma semana o cachorro adoeceu, era ainda um filhote, ficamos desesperadas, levamos o filhote ao veterinário, fomos atendidas pelo jovem e prestativo Roberto. Toda semana Alice levava o filhote para Roberto examinar. Eu gostava de ver a dedicação com que Alice cuidava do filhote, até a incentivava, mas agora eu estava preocupada, Alice não saia do consultório do Roberto, e isso estava me incomodando, em casa só falava do Roberto, disse que ele era evangélico e que sabia dar bons conselhos. Alice estava mudando comigo, certeza que ele estava fazendo a cabeça dela.

Eu e Alice quase não nos víamos mais, ela estava sempre com o Roberto, ele começou a levá-la à igreja, ela não andava mais de calcinha e top pela casa, sempre orando pelos cantos, aquilo já era demais.

Certo dia segui Roberto e descobri onde ele morava, assim que ele saiu, entrei pelos fundos, fui até a cozinha, abri a geladeira, havia uma jarra de suco, e com certeza ele chegaria com sede, peguei o veneno de rato e joguei na jarra de suco e mexi, mexi bem.

No dia seguinte, Alice não saiu de casa, disse que Roberto não a ligara, passou dois dias, quando ficamos sabendo que Roberto havia morrido. Fiquei chocada, não acreditava que um veneno vagabundo, que mal matava ratos, seria capaz de matar um homem, Alice ficou uma semana triste, chorando pelos cantos, mas finalmente ela voltara a ser minha novamente.

Sempre que eu a abraço, fico me perguntando, será que Alice sabe que fui eu que matei o Roberto? Será que desconfia? Será que eu seria capaz de matá-la também?

Juliana AP Mendes
Enviado por Juliana AP Mendes em 25/07/2009
Reeditado em 25/07/2009
Código do texto: T1719296
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