PRIMAVERA

A lenda sobre o nascimento da Primavera, recolhida por Nelson Vainer, é ao mesmo tempo um hino ao amor materno e ao milagre sempre renovado da vida, na Humanidade e na Natureza. O obscuro poeta que a imaginou deve ter-se inspirado ao sentir a Vida no broto da planta e na criança que suga o leite materno. Deve também ter sentido que a vida da planta e a da criança são um só e mesmo milagre, obra do mesmo Taumaturgo e fruto de um impulso de caridade, fé e esperança.

Diz a lenda que nos tempos antigos o continente americano era uma gélida, silenciosa e estéril extensão de terra, onde os homens viviam transidos de frio e medo. Ora, aconteceu que certa mulher se afastou de uma taba com seu filhinho e foi colhida por violentíssima tempestade. Presa de desespero, a pobre mulher invocou Tupã e ouviu sua voz lhe dizer: - Sobe à mais alta montanha e faz teu filho tocar o céu com as mãos !

Envolvida pela borrasca e aconchegando mais o doce fardo, a índia foi galgando os degraus da cordilheira. Mas toda vez que alcançava o cume de uma montanha, outro mais alto lhe aparecia. A aflição e o cansaço a oprimiam, mas a voz, mais poderosa que a do trovão, insistia: - Sobe à mais alta montanha !
Por fim, já exausta e desanimada, a mãe atingiu o ponto mais alto dos Andes. Ergueu vitoriosa a criança e, ante o gesto milagroso dos bracinhos abertos, tocando o céu, a Primavera nasceu ! Então, o continente rompeu a cantar pela voz da passarada e recobriu-se de folhas, de flores e de frutos prenhes da vida, que é feita de caridade, fé e esperança.


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tetita
24~09~09
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Enviado por Tetita ou Té em 24/09/2009
Reeditado em 04/10/2017
Código do texto: T1829072
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