AOS MORTOS OS SEUS MORTOS.

Nem mesmo o fantasma capenga que me assustava os sonhos, transformando-os em pesadelos horripilantes durante os anos de minha infância fora capaz de tamanha ousadia...!

Mas, aquele espectro do passado que eu jamais havia permitido me perturbasse se encontrava ali predisposto, ao pé de mim, em concreto, sorridente, sutil e de aparência amigável, num todo, um só dissimulo!

De início apenas a sensação de espanto -, Medo? Naquele exato momento, não, nenhum!

Todavia, um arrepio estranho me percorreu os sentidos. Percebi-me infantil, quis por um instante demonstrar superioridade, mas as palavras me faltaram, minhas pernas bambearam e perdi o norte, sem ao menos arredar os pés da soleira da porta de entrada, ao ver o passado, ali, reconstruindo-se, foi quando em realidade experimentei de fato o assombro –, Sentindo-me totalmente humilhada!

Coração aos pulos, uma voz familiar veio em meu socorro, repetindo incessante: Desperta-te!

Por fim, alquebrada, saí da fantasia malograda,

Como bem dizem: - Aos mortos os seus mortos!

Cláudia Célia Lima do Nascimento
Enviado por Cláudia Célia Lima do Nascimento em 14/10/2009
Reeditado em 14/10/2009
Código do texto: T1866686
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