De escritor para leitor.

Você pediu para eu te procurar? Pensei que quisesse falar comigo. Tudo bem. Não estou te atrapalhando? Felizmente. Fiquei preocupado. Obrigado. Fico feliz. Que bom! Na realidade você me estimula. Verdade! Pode acreditar. Você pensa o quê? Aprendi muito contigo. Aprendo a todo encontro. Com certeza você aprende também, mas saiba de uma coisa. Quando falamos, aprendemos também. Com o tempo irá descobrir. A maturidade traz consigo muita coisa boa e compensadora. Nada é perfeito. Veja.

Num dia desses qualquer estava aborrecido e pensando em fazer uma bobagem. Foi quando lembrei de todas as coisas boas vividas por mim. É verdade! Quase cometi um desatino. Digo sim. Estou te falando... foi terrível! Mas agora está tudo bem. Você nem sabe do conto um ponto. Será estarrecedora a narrativa.

Era uma noite de primavera muito quente. Isso mesmo. Primavera quente! Estamos no Brasil. Isso é normal. Vai dizer que hoje não está fazendo um calor insuportável? Tudo bem. Era um dia como somente no verão. Melhorou? Continuando...

Era um dia como somente no verão. Quentíssimo. Abafado. Não tinha o que fazer. Tá certo todo mundo tem o que fazer. É só procurar, eu sei. Mas histórias que começam com o ócio têm um certo charme que os escritores entediados apresentam. Posso continuar? Então. No dia quente como verão. Tá certo! Vou indefinir. Num dia quente como somente no verão, não tinha o que fazer. Por isso resolvi procurar alguma coisa que me desse prazer. Comer? Comida e calor não combinam. Beber? Não ingiro álcool. Cozinhar? A preguiça não deixa. Ler? Seria a solução. Falar? Com quem? Isso mesmo com você. Porque eu mataria dois coelhos com uma única cajadada. Leria e falaria ao mesmo tempo. Foi aí que resolvi falar contigo. Gostou? Que bom. Resolvi que não te deixarei em paz. Sim. Essa é a notícia estarrecedora. O que? Está indo embora? Nem pensar. Vou te acordar todos os dias para conversar contigo. Para sempre. Sei que não sou imortal e nem você. Mas a escrita e a leitura são. Portanto não deixaremos de dialogar séculos sem fim.

Oswaldo Eurico Rodrigues
Enviado por Oswaldo Eurico Rodrigues em 06/11/2009
Reeditado em 11/06/2010
Código do texto: T1907659
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