O diário de uma princesa

Era uma vez uma princesa que vivia em um reino muito, muito distante. Mesmo muito amada por seus súditos a ela não eram suficientes os cortejos. A contragosto da rainha, sua mãe, ela resolve partir em busca de uma terra desconhecida.

Fixada em novo reino, sem luxo e conforto de seu antigo palácio, ela começa pouco a pouco a construir seu novo castelo. Pela dureza da batalha por muitas vezes pensa em voltar aos seus, mas sempre nessas horas uma força interior a dominava e a impedia de desistir.

Eis então que surge a maior de suas fortalezas: por tão séculos esperado, seu príncipe. Ele que a princípio mais parecia um cavaleiro errante, vai consquistando dia a após dia o coração da princesa e tomado-o por inteiro, seguem juntos a jornada de terminar o castelo.

Enfrentam muitas batalhas, muitas tempestades de areia e desaprovação de muitos súditos pelo amor dos dois.

Passado certo tempo, o reinado quase pronto, prestes a voltar a terra natal e pedir as bençãos da família ao amor dela e seu príncipe, a princesa tem um terrível surpresa: ele não era um príncipe, era um Rei. Um Rei que vinha de uma terra distante e a pior de todas as revelações era que ele tinha uma rainha e ela clamava pela volta dele, pelo bem dos herdeiros e de seu povo e pelo amor dela.

Assim ele o fez, disse adeus à princesa e mesmo com lágrimas nos olhos retornou.

E quanta a ela...

Seu castelo ruiu, desabou, virou poeira. Não tinha forças para mais nada. Virou uma plebéia, tamanho desalento em sua vida.

Até que depois de muitas luas amargas, algo brilhou dentro de si novamente. Enxergou algo até então incógnito: longe de sua mãe não era mais uma princesa, era uma Rainha. Sempre fora Rainha. E anjos anunciavam-lhe que era hora de reinar.