Rouge

o desejo quando me possui me dilacera como facas. corta e tortura minha carne além do seu próprio poder, me arranca a vida e a realidade das veias, até mesmo a própria noção de tempo e espaço. o meu desejo é demoníaco e desenfreado.

acordo estonteado com o barulho ensurdecedor das gotas d'água caindo do chuveiro, sufocado pelo bafo infernal do vapor concentrado em minha garganta seca me queimando abro a porta, jogo fora as toalhas corto o pé numa gilette do chão e sangue - meu Deus - ela está morta eu a matei