ISAURINHA ATACA NOVAMENTE

ISAURINHA ATACA NOVAMENTE

Essa Isaurinha era o terror da cidade de Campo Formoso, sua língua afiada assustava e amedrontava as pessoas, porque com a desculpa de ser muito sincera e franca, ela ofendia, humilhava e conseguia ser uma criatura detestável e detestada por todos, até seus familiares tinham queixas e raiva dela.

Pelo seu comportamento abusivo, parecia que Isaurinha era uma pessoa perfeita, linda, elegante e culta, que estivesse acima dos mortais comuns, mas não era nada disso, porque ela era feia, nada elegante e sua cultura era quase inexistente, mas ela se achava a perfeição em forma humana.

A insuportável criatura estava sempre pronta para dar seu bote, parecia uma urutu cruzeiro, venenosa e mortal e naquele dia ela atacou duas vezes e terminou se dando muito mal nas duas investidas, porque escolheu mal as duas atacadas, que sabiam se defender muito bem, mas como sempre ela fingiu não entender.

Lucinda saiu de casa vestida com uma bem cortada calça de linho branco e uma blusa de seda verde e estava se sentindo bonita e elegante, mas se encontrou com Isaurinha e a alegria acabou, porque ela foi logo dizendo: oi Lucinda, como está chic criatura, pena que sua celulite ficou em evidencia com essa calça justa.

Lucinda contou até dez para se acalmar e respondeu gentilmente: é verdade Isaurinha, mas prefiro ter celulite para mostrar, do que mostrar o mapa da idade avançada na cara cheia de rugas como você, a megera saiu fingindo não ter ouvido e logo na primeira esquina, encontrou nova vitima.

Era a Nevinha que estava de péssimo humor, mas ela não se intimidou com a cara amarrada da moça e começou a conversa dizendo: olá Nevinha, não entendo o porque desse seu apelido, pois devia ser Nevona de acordo com seu tamanho, nossa você está gorda como uma elefanta grávida, aí o mundo caiu.

Nevinha perdeu totalmente a calma, se atirou sobre a linguaruda que foi ao chão, ela se assentou em cima e passou a estapear a cara de Isaurinha, batendo dos dois lados com as duas mãos, foi um massacre, ela sufocada sob o peso de Nevinha, não tinha forças para gritar e quando o socorro chegou, ela estava quase morta.

Aquele foi um dia aziago para Isaurinha, chegou no hospital com meia dúzia de costelas fraturadas o rosto inchado e cheio de manchas roxas; ninguém ficou com pena dela, não recebeu nem uma visita e quando acabou o repouso forçado, saiu muda e continuou calada, mas todos sabem que ela vai voltar ao normal, é só uma questão de tempo.

Maria Aparecida Felicori{Vó Fia}

Texto registrado no EDA

Vó Fia
Enviado por Vó Fia em 17/12/2009
Código do texto: T1983434
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