Um vicio amante

Ele toma o ônibus. Sua calça jeans, seu smoking preto ja cinza de tanto tempo de uso, camisa branca surrada, um semblante franzido com ar de poucos amigos lhe garante uma distancia entre os outros passageiros,

seu cheiro suave atrai mulheres que não ousam se aproximar pela sua presença ser inquietante, se senta e olha pela janela meio que a sonhar ou talvez planejar algo.

Desce em um bairro pobre de São paulo caminha pela calçada suja ignorando folhas e papel de bala que roçam em sua sola, atravessa indiferente tal lugar vendo todos em seu caminho se afastarem, mesmo ao meio-dia todos vêem o céu enrubescer e as sombras parecem movimentar em sua direção.

Dois homens vem em sua direção ambos usam boné e roupas largas, um parece confiante, o outro anda um pouco mais lento e deixa escorrer o suor pelo seu rosto, chegam e interceptam aquele que arrasta o dia para a escuridão.

— Não há nada aqui para você, ta ligado? — um deles diz com um sorriso no rosto

Mas ele matem-se inabalável e mudo diante dos dois

O homem que fez a pergunta se aproxima e põe a mão na camisa mostrando um volume.

— Crianças? é isso que protege ela?

— Ta loco irmão? — o mais próximo continua— ce ta se achando o foda né?

Atrás dos garotos uma garota com aparentemente metade da idade do homem das sombras sai de uma casa e corre, sua cabeça baixa não deixa que ninguém veja tua expressão.

Ele sorri tira um maço de cigarros do bolso do casaco e um isqueiro de ferro, acende o cigarro calmamente e olha para os garotos.

— Xeque mate!

em um movimento rápido atinge ambos nos olhos, a brasa do isqueiro faz o que está mais perto gritar de dor, o supercílio do outro fora aberto pelo flipe do isqueiro metálico, ele pula por entre os dois e ja com sua magnum em punhos sai em disparada atrás da garota.

Eles entram em um beco que desce por uns 100 metros comberto de esgoto e excrementos de animais, um bêbado completa o ambiente nojento e cancerígeno.

Ele a alcança em uma estrada de terra cercada de mato e arvores, a empurra com força contra um tronco, olha ela nos olhos e diz friamente:

— Você me viciou nisso agora me mostre como sair — ele a beija e olha ela nos olhos.

Ela sorri timidamente. Sexo, adrenalina e amor escorrem pelo seu rosto de 14 anos.

— Quem diria que um assassino se apaixonaria assim por uma criança. Filha do novo gângster em um ambiente não itálico.

Os dois se beijam, enquanto um novo estampido é escutado em tal podridão de um bairro pobre de uma cidade pobre de um pais pobre.

Um lugar que poderia ser o mais rico!

Sem Nomes
Enviado por Sem Nomes em 21/12/2009
Reeditado em 22/12/2009
Código do texto: T1989795