Vida na cidade grande - Minha desconhecida vizinha

Moro num apartamento há quase quatro anos. Acho que igual a todo mundo, sou cheio de rotinas e manias. Mas tem algo que talvez não seja igual a você. Sou o tipo de pessoa que odeia vizinhos. Simplesmente cumprimento-os com um bom dia ou boa noite e nada mais do que isso. Só para você ter idéia não conheço ninguém no prédio onde moro e são quase 40 apartamentos. Realmente, sou muito anti-social. Só faltava colocar uma placa na porta do meu apartamento: “Cuidado cidadão anti-social”.

Voltando a rotina que tenho, vivo do trabalho para casa e de casa para o trabalho. E um dia ou outro saiu na noitada, pois não sou de ferro.

Todos os dias, saiu do meu apartamento por volta das 4 horas da tarde para ir pro serviço. Não vou dizer que não gosto de trabalhar a noite, pois fico com o dia todo livre. Porém como tudo na vida também tem o seu lado ruim. As poucas pessoas que conheço, trabalham durante o dia e por isso fico perambulando por ai sozinho ou escrevendo esses garranchos, nem vou chamar isso aqui de conto.

E quando estou de saco cheio, nem levanto, fico dormindo o dia todo. E foi justamente num desses dias que perdi o controle do sono e dormir até às 4:15h da tarde, que aconteceu o que vou contar.

Quando vi o relógio, pulei desesperado da cama e tomei aquele famoso banho de gato. A água que passou pelo cabelo nem chegou aos meus pés e já estava me secando. Troquei de roupa tão rápido quanto o banho. Para você ter idéia de como saí, quando entrei no elevador, ainda estava com os botões da camisa soltos, o cinto sem prender e a gravata pendurada no ombro.

O elevador não é lá aquelas coisas, falando a verdade, ele está é caindo aos pedaços. A porta demorava um século para fechar. Demorava tanto que às vezes eu preferia descer as escadas, a ficar esperando por ele.

Só que desta vez tive sorte de sair do apartamento e encontrar o elevador parado no meu andar. Entrei e apertei o botão térreo, enquanto esperava a porta fechar, comecei a prender os botões da camisa, colocar o cinto e a gravata. Nesse momento escutei um grito feminino:

- Espere por mim...

Logo pensei que a sorte de ter encontrado o elevador no meu andar, não foi tão grande assim. O meu grande problema não era o fato de esperar e sim, a porta do elevador. Pois a porta estava em processo de fechamento e se abrisse, iria demorar um século para fechar novamente, seria até melhor descer pelas escadas.

Quando ela chegou a porta ainda não tinha fechado totalmente. Ela apertou o botão do lado de fora e a porta abriu. Sem levantar a cabeça, falei boa tarde e fiquei calado. Ela perguntou se eu não iria esperar por ela. Respondi que não escutei ela falar, por isso não abri a porta. Claro que ela não acreditou, mas foi o melhor que consegui pensar na hora.

Nesse momento olhei pra ela e vi o seu rosto. Um rosto tão lindo que enquanto esperávamos a porta fechar, tentei retirar a impressão que ficou. Tentei puxar uma conversa. Perguntei se ela estava visitando alguém, aquela típica pergunta besta de quem não sabe o que falar num momento desses. Só que para minha surpresa, ela respondeu que morava a mais de dois anos naquele apartamento.

Não sei por que o elevador resolveu ir mais rápido do que nunca, até parecia que ele estava caindo. Só não digo que ele caiu, pois já sabíamos que era normal o elevador passar direto do térreo e parar antes do porão. Abrindo a porta no meio do nada, só conseguíamos ver a parede. Poderia até ser engraçado se não fosse perigoso, pois aquela coisa poderia um dia cair de vez.

Ela olhou para mim e pediu para que fizesse alguma coisa. Sinceramente não tinha nada que pudesse fazer. Por isso tentei acalmá-la dizendo que logo alguém iria dar por falta do elevador e assim iriam nos localizar.

Cheguei até a apertar o botão de alarme do elevador, mas infelizmente ou felizmente ele não funcionou. O grande problema era que muitos sabiam que o elevador parava de funcionar de uma hora para outra e por isso ninguém se preocupava e usavam as escadas.

Quando percebi que não poderia fazer nada, sentei no piso e falei para ela também sentar. Complementei repetindo que logo alguém iria perceber que o elevador sumiu e iriam nos tirar dali.

Como ela não conseguia se controlar e ficava andando de um lado para o outro, insisti para ela sentar ao meu lado. Nem lembro as palavras que disse, mas ela sentou-se.

Aliás, aqui para nós até estava começando a gostar daquela situação. Sinceramente estava até torcendo para ninguém nos encontrar por um bom tempo.

Não sei se foi o que eu disse ou se foi pelo fato de segurar a mão dela, ela se acalmou e o sorriso voltou aquele rosto tão lindo.

Já estávamos os dois sentados, rindo do acontecido, falando daquela porcaria de elevador. Que agora eu estava adorando tanto, claro que não disse isso pra ela.

Sem saber direito como aconteceu, entre um sorriso e outro, nós nos beijamos. Depois do beijo, olhei nos seus olhos e sem falar nada com a mão tirei o cabelo do seu rosto. Desci a mão pelo seu ombro e acariciei suavemente os seios por cima de sua blusa. Continuei a acariciar com a palma da mão, enquanto, com os dedos comecei a desabotoar os botões da sua blusa. Beijei a sua boca e depois o seu pescoço até chegar entre os seus seios. Ela se inclinou deitando no piso do elevador, acompanhei o seu corpo descer, quando percebi que ela encostou o corpo naquele piso gelado. Tirei a minha camisa e a coloquei no piso do elevador para ela se deitar. Quando ela voltou a deitar terminei de desabotoar a sua blusa, tirando-a de seu corpo. Depois beijei os seus seios e com as mãos acariciei as suas pernas, quando a sua respiração começou a aumentar...

- TEM ALGUÉM AI EM BAIXO, NÃO SE PREOCUPEM, JÁ VAMOS TIRAR VOCÊS...

O grito estridente ecoou dentro do elevador...

Marinaldo Silva
Enviado por Marinaldo Silva em 23/07/2006
Código do texto: T200199