CAMA DE GATO

Que merda!!!

De que adianta ser uma escritora famosa, se agora estou sem idéias, não consigo escrever meu novo romance, nunca mais vou conseguir escrever nada. Fiquei muito conhecida depois do último livro que publiquei, antes, quase ninguém ouvia falar de mim, cansei de não ser reconhecida, então, mandei o meu livro para uma emissora de tv, endereçado a um apresentador, que por sinal, muito culto, ele adorou o meu trabalho, tanto que fez propagandas elogiando a minha maneira de escrever, e dizendo maravilhas sobre meu livro, e não querendo me gabar , esse último trabalho, ficou mesmo, ma-ra-vi-lhoso, fiquei conhecida, meus livros foram todos vendidos, mas agora, no auge da minha fama, acabaram-se as idéias. Estou arruinada, vim do nada, e nada me tornei...

- Norberto, chega aí.

- Agora não dá, Giba.

- Quero te mostrar uma coisa, é rapidinho cara.

- Tô atrasado, Giba, é sério.

- Cara, na boa, vive a vida meu, você só trabalha, mano.

- Tenho dois filhos e uma mulher pra cuidar, não posso fingir que não tenho responsabilidades.

- Qual é, Norberto, tá querendo dizer que não tenho responsabilidade?

- Não é isso, cara, desculpa se me expressei mal.

- Tranqüilo, mais ó, vô passar na sua casa mais tarde pra gente jogar uma partidinha de truco, valeu?

- Hoje não vai dá, vou trabalhar até mais tarde...

- Norberto, você já é um cara bem de grana, precisa se divertir um pouco, não é o fim do mundo.

- Outro dia, Giba, outro dia, eu prometo, agora fui.

Nem parece que a gente cresceu junto, o Norberto quase nem conversa mais comigo, tudo bem que ele agora tem uma família, mais esqueceu dos amigos, faz um tempão que a gente não toma uma cerveja juntos...

- Aí Giba, falando sozinho, cara?

- Beleza Charuto? Tô aqui pensando alto cara.

- É o seguinte Giba, tu já arrumou um granfino aí, pra fazer uns ganho? Preciso de grana cara, tu ficou de arrumar, mais até agora nada, já faz quase um mês que você tá me enrolando, e o tempo tá acabando, te dou dois dias, nada mais.

- Pô Charuto, parece que tá estressado, meu. Eu já falei que vou arrumar, fica frio.

- Dois dias, e nada mais.

Maldita hora que o Charuto apareceu na minha vida, mais também se ele não tivesse aparecido eu tava ferrado agora, o erro foi meu. Que idéia foi aquela de assaltar uma loja, eu nunca tinha feito aquilo, principiante, e pra minha sorte, ou azar, enfim, o Charuto tava lá, nem me conhecia e acabou me ajudando, por isso agora me pergunto de novo, sorte ou azar?...

Estou conseguindo escrever de novo, parece que esse romance está ficando bom, mais eu preciso continuar a história, e não faço nem idéia do que vai acontecer com os personagens. As idéias parecem fugir de mim, parecem estar voando sobre a minha cabeça, mais não consigo agarra-las, não posso entrar em crise, sou nova de mais pra sofrer com isso, tenho só 32 anos, e... depressão de escritores, vícios com bebidas e drogas e até morte, não quero. Só quero expor minhas idéias, e não fazer disso minha única profissão, como já deu pra perceber, não escrevo muito bem, morreria de fome.

Já li vários livros, muito bons, tanto os escritores como as histórias, mais fico imaginado, como será a vida desses caras, se sofrem de algum vício por ter sede de escrever, e de ser perfeito nos detalhes, coisa que não me preocupo, os detalhes...

- Aí Giba, seu tempo acabou cara, tem algo pra mim?

- Eu já arrumei o granfino, como o combinado.

- Beleza, me mostra onde o cara mora, pra poder bolar um plano.

- Tudo bem, mais você não vai fazer mal pra ninguém, você prometeu.

- Prometi, mais porquê esse grilo todo?

- É que o granfino, é meu amigo...

- Que azar o dele, ter um amigo como você, eu não queria.

- Mais uma coisa Charuto,

- O quê, agora?

- Não conta pra ninguém não, cara, se ele descobrir...

- Já entendi, e só pra você ficar sabendo, não sou,

cagueta, e não quero me ferrar, entrar em cana, se é que me entende? E nós, os irmão, temos um pacto, de que aconteça o que acontecer, jamais, dar uma de X9, valeu?

É hoje, vou estar na casa dele, quando o Charuto aparecer, quero ter certeza de que nada de mal vai acontecer naquela casa...

Tá difícil arranjar idéias, cada vez mais penso em desistir de escrever esse romance, não sabia que seria assim quando comecei, cansativo e também tediante, desculpe , mais é o que penso, e não meço as minhas palavras, não tento fingir ser o que não sou, gostar do que não gosto, enfim, falo na cara, as vezes ser escritora é um saco. Vivemos presos em casa, lá fora a vida passa que nem percebemos, enquanto aqui dentro continua um vazio, falta alguma coisa, como se não tivesse vivido nada...

- Aí todo mundo quietitinho, isso é um assalto, nem tentem reagir, se não eu mato um.

- Calma, calma, pode levar o que quiser, mais não machuca a minha família.

- Senta lá, granfino e não se intrometa se não quem vai levar bala vai ser você.

- Peguem tudo o que tem de valor, não deixem nada pra traz, é hoje que lavo a égua. Vamo, vamo, seus molengas, andem logo, é pra hoje. Aproveitem e peguem aquele quadro também que deve valer uma nota.

- Não por favor, esse quadro não, era do meu pai...

- Senta aí...

- Deixa o quadro, por favor...

- Eu já mandei sentar, quer morrer?

- Tudo bem, mais não leva o quadro...

- Esse cara tá me irritando, alguém faz ele se sentar...

- Não vou sentar, deixa o meu quadro, você já pegou tudo o que queria, agora cai fora da minha casa...

- O granfino ficou valente foi? Quero ver se vai continuar valente quando eu te der um tiro na cara.

- Vai atira, quero ver se é homem.

- Cara, não me provoca...

- Norbeto, senta aí cara.

- Giba, aquele quadro é tudo o que tenho de lembrança do meu pai.

- Deixa eles levarem, por favor.

- Não, nem que seja a última coisa que eu faça... Eu já falei pra você deixar o quadro.

- Cara, quer saber, cansei...

Bang Bang.

- Não!!!!!! O que você fez cara? Matou o Norberto...

Não adianta, por mais que eu queira, não dá, isso tá uma merda, desisto de ser escritora, acho que vou vender cachorro quente que eu ganho mais....Quem vai ler isso? Até o que escrevo é insuportável, minha filha tinha razão, quando dizia que era impossível conviver comigo, tanto que hoje moro sozinha, Bia, quis morar com a avó, e meu marido... depois eu falo do meu marido...

- Giba, já faz quase duas semanas que você não vem me visitar, cara, trouxe cigarro? Você sabe, aqui na cadeia tudo o que se quer, só se consegue com cigarro.

- Foi mal, Charuto...

- Foi mal, foi mal, é só isso que você sabe me falar.

- Charuto, desde a morte do Norberto, você sabe, eu era amigo dele e da família, então tive que consolar a mulher dele, dar um apoio.

- Tá querendo comer a viúva...

- Para com isso, eles nunca podem imaginar que a culpa foi minha.

- Já saquei a sua.

- A é?

- É. Você estava querendo dar uns pega na mulher do seu amigo, escolheu a casa dele...

- Espera aí, eu não queria que você matasse ele, aliás, ninguém.

- Será, Giba?

- Charuto, eu não estava interessado na mulher dele, ele era meu melhor amigo, cara.

- Ele, era seu amigo, mais será que você realmente era amigo dele, afinal, por sua causa ele está morto agora.

- Para de me fazer sentir mais culpa ainda.

- Eu só quero entender uma coisa, Giba.

- O quê?

- Se o Norberto, era seu amigo, como você fala, por quê você escolheu a casa dele pra mim assaltar?

- O Norberto, era um cara que não curtia a vida, só vivia para o trabalho, e eu achei que se ele levasse um susto começaria a dar mais valor a vida, na família, mais tudo acabou dando errado.

Não sei porque ainda estou tentando escrever esse romance, talvez porque sou teimosa, mais um dos meus defeitos, que falta que eu sinto do meu marido, ele morreu atropelado por um trem, bebeu demais e caiu nos trilhos, justo quando o trem vinha vindo, desde então, minha vida tem sido um inferno, eu e Bia, só brigávamos, passei a viver mais dentro de casa, minha mãe vive me ligando, querendo que eu vá na casa dela, mais sempre arranjo uma desculpa, não quero reviver parte da minha vida, minha filha vai estar lá. Acho que estou começado a ficar meio paranóia, parece que estou viajando, não..., doença de escritor, o que está acontecendo comigo? Por um segundo, me passou pela cabeça, de ir ver a minha mãe, loucura, né?

- Giba, ou melhor, Gilberto.

- Que isso Marina, pode me chamar de Giba, mesmo.

- Não, eu quero te chamar de Gilberto, é mais bonito assim.

- Você acha é?

- Acho. Eu quero te agradecer pelo apoio que você deu a mim e aos meus filhos, nunca imaginei que você pudesse ser uma pessoa com tantas qualidades, e o mais importante, pude perceber que sua amizade pelo meu marido era verdadeira, obrigada, e me desculpe por pensar mal de você, hoje que te conheço, penso totalmente ao contrário.

- Não fiz mais que a minha obrigação, o Norberto teria feito o mesmo por mim.

- Sabe, as vezes sinto tanta falta dele.

- Eu também, Marina.

- O que me dá forças, são os meus filhos e você...

- Vamos deixar de tristeza, que agora eu tenho uma novidade.

- Que novidade?

- Arrumei um emprego.

- Que bom, Gilberto, fiquei muito feliz com a novidade, parabéns.

- Obrigado, mais eu não teria conseguido sem os seus conselhos...

Final de semana, fui a casa da minha mãe, e reencontrei a minha filha, só então vi o quanto estava com saudades dela, o quanto ela me fazia falta, ah,... acabei conhecendo um cara, amigo do meu irmão, pediu o número do meu telefone e eu dei, ontem ele me ligou, fomos ao teatro, coisas que há tempos não fazia, depois fomos comer uma pizza, e mais tarde ele me levou para casa e me beijou, me senti viva novamente, aquele calor subindo, foi muito bom. Final de semana que vem, vou na casa da minha mãe de novo, e a noite, nós eu e o César, vamos jantar...

- E aí Giba, todo engomadinho, parece que você se deu bem, cara.

- Charuto...

- Eu saí ontem da prisão, o que aconteceu com você, nunca mais foi me visitar.

- Desculpa, Charuto, mais eu não podia, cara, se não iam acabar desconfiando.

- Você quer dizer, a mulher do defunto ia acabar desconfiando, não é?

- É... eu casei com ela.

- Óhhh, tudo o que eu disse estava certo.

- Por favor, Charuto, não fala nada.

- Fica frio, cara. Fiquei sabendo que além de pega a mulher, você também tomou o emprego dele, aí faz o que lá?

- Entrei como operário, agora sou gerente de produção.

- Você ganhou na loteria, Giba. Aí tô sem grana e sem lugar pra ficar, pode me arranjar uma grana?

- Charuto eu não tenho nada aqui, cara.

- Quer que eu vou com você na sua casa pegar a grana?

- Você tá doido, se a Marina me vê com você eu tô ferrado.

- Então me passa um cheque, não tem cheque?

- Tudo bem Charuto, mais não me procura mais cara, se não, você sabe...

- Tá me descartando agora, é? Você só conseguiu isso tudo graças a mim, e quando eu quiser posso fazer você perder tudo também, não se esqueça disso.

- Que isso Charuto, eu quis dizer para você esperar que eu te procuro.

- Acho bom mesmo, e não demora hein, esse dinheiro aqui não dá nem pro começo.

Hoje minha filha, pela primeira vez, veio me ver, conversou comigo, quis saber como ia o meu namoro com o César, almoçamos juntas, falou numa possibilidade dela voltar a morar aqui em casa novamente. Como minha vida mudou, mesmo assim não consigo escrever , antes era porque eu estava entediada, sozinha, e agora? Será porque eu estou retomando a minha vida? Como devo estar, para conseguir escrever, o que devo estar sentindo?

- Fugindo de mim, Giba?

- Charuto, o que você tá fazendo aqui, não disse para esperar eu te procurar?

- É o seguinte, te esperar me cansa, e o dinheiro acabou, preciso de grana, e não é pouco, quero cem mil daqui uma semana, aí eu fico de bico calado e sumo da sua vida.

- Como eu vou arranjar essa grana toda em uma semana?

- Se vira, ou você quer que eu faça uma visitinha para a Marina, conversar um pouco com ela , o que acha?

- Isso não, cara.

- Uma semana.

- Preciso de mais tempo, Charuto.

- Uma semana, nem um dia a mais.

Será que tudo isso é um sinal? Acho que não é possível ser escritora e feliz ao mesmo tempo, um escritor precisa se privar das coisas, afinal, é num quartinho escuro e solitário que surgem as melhores idéias. Para com isso, que loucura estou dizendo? Queria tanto que a minha vida mudasse e agora fico dando uma de doida. Pare com isso. Vou escrever mais um pouquinho...

- Marina, você não quer viajar com as crianças, passar duas semanas fora?

- Por que isso agora, Gilberto?

- Por nada, apenas quero que vocês se divirtam, só isso.

- Não quero ir pra lugar nenhum sem você meu amor.

- Eu vou depois. Vai pra Salvador, nos encontramos lá.

- Quero esperar você, querido.

- Vou resolver umas coisas, vai levar só um dia, assim que terminar pego o avião e vou para lá.

- Gilberto, assim você me faz pensar que está me escondendo alguma coisa.

- Que isso, querida...

Idéias, idéias, idéias, apareçam, isso tá me irritando, não consigo tê-las, o que sou, e por que sou? Não vou deixar que esse meu trabalho de escritora me enlouqueça, agora que está tudo tão bem, mais não posso deixar pela metade...

- Oi querida, cheguei mais cedo hoje do trabalho, estava morrendo de saudades.

- Gilberto, o que significa isso?

- Isso o quê?

- Essa carta...

- Não sei, é só uma carta.

- Não é só uma carta.

- O que é então?

- É falsidade, mal caráter, é sua vida, a verdadeira história.

- Que história, do que você tá falando.

- Tô falando, que foi você quem matou o Norberto.

- Não foi eu, você viu, foi...

- Cala a boca!!!!

- Marina, deixa eu explicar.

- Assassino!!!!

- Não, eu não sou..

- Ah não?

- Não, eu só queria que ele levasse um susto, e começasse a viver a vida, ele só trabalhava, não dava atenção para vocês...

- Mentira, cala a boca!!!!! Você me enganou, fez eu me apaixonar por você, como pode?

- Eu não queria, não era essa a minha intenção.

- Só de lembrar que eu dormia com o assassino do meu marido, me dá nojo, eu tenho nojo de você.

- Marina, deixa eu explicar.

- Você não vai explicar nada, eu não quero ouvir a sua voz, some daqui... some daqui agora!!!!

Não tenho mais idéias, é sério, acho que agora vou curtir um pouco a minha filha e o meu namorado, estou tão feliz, preciso aproveitar isso.

- E aí, Giba, como nos velhos tempos, hein.

- Como tu é cara de pau, Charuto.

- Por que, cara?

- Eu sei que foi você que mandou aquela carta para a Marina.

- Ué, você não cumpriu com o combinado.

- Eu não combinei nada com você.

- Não?

- Não.

- Aqueles cem mil então, foi só um sonho. É, acho que foi sim, por que nunca que eu vi a cor daquele dinheiro.

- Eu disse que ia te arranjar, não tinha que fazer isso.

- Você disse sim, mais eu te dei uma semana, não um mês.

- Charuto, você acabou com a minha vida, cara. Não tenho mais casa, esposa, emprego.

- Não. Você, acabou com a vida daquela família, do seu melhor amigo, e claro, paguei o pato, sozinho, fui parar na cadeia, enquanto você... estava se dando bem.

- Eu ia te ajudar, cara, mais, de vagar, ia te arranjar um emprego bom...

- Que mané emprego, Giba, tá me tirano? Eu queria era grana, sem trabalhar entendeu, você ia me bancar.

- Agora, eu não preciso mais bancar ninguém, você já se vingou, teve o que queria.

A vida é mesmo injusta, eu ficava aqui trancada nesse quarto, a janela entre aberta, escrevendo, e a vida passando lá fora, o vazio aqui dentro, tentei preencher esse vazio, não devia ter tentado, sou rodeada por urubus, iguais as minhas idéias, me rodeiam, mas não as pego. Uma coisa eu posso dizer com toda certeza, jamais compararia o ser humano com um animal, o ser humano é bem pior, por poder pensar, age como se não tivesse cérebro. Minha filha, quer dizer a Bia, foi embora de casa novamente, desta vez, eu mandei...

- Parece que só te resta, eu.

- Você, Charuto?

- É...

- Você fodeu a minha vida.

- Não. Foi você mesmo.

- Se eu pudesse voltar atrás...

- Mais não pode.

- Eu sei, só estou dizendo...

- Aí, você não está sozinho. Estou com você.

- Desde que te conheci a minha vida só tem andado pra traz.

- Giba, os irmão tem um pacto, jamais abandonar o outro, cara, somos irmãos, não de sangue, nem de criação, mais de amizade.

- Cara você ainda tá me zoando, que amizade?

- Só quis te dar uma lição, assim como você queria fazer com o Norberto.

- Lição, eu não preciso de lição, da sua amizade, de nada.

- Você quem sabe.

- É, eu é que sei.

A Bia foi embora de casa sim, eu mandei, ela é uma vagabunda, não vale nada, nem aquele cara, o César, os dois se merecem. Descobri que ele dava em cima dela, e ela ao invés de me contar, aceitava as cantadas dele, peguei os dois se beijando, botei os dois pra fora na hora, não deveria ter arranjado um namorado oito anos mais novo do que eu, ainda mais tendo uma filha adolescente, parte da culpa foi minha, mais quero esquecer que tenho uma filha. Os livros são os meus verdadeiros amigos, são os meus companheiros, ainda continuo achando que os escritores são doidos, eu, só sou sozinha, um pouco vazia também, mas aqui dentro, posso fingir ser o que não sou.

- Ei, Charuto!

Plaft!!!!!

- Puta que pariu, acho que rachei a sua cabeça, Charuto. Agüente firme, cara. Você sempre foi um molenga mesmo. Um fraco. Uma tijolada de nada. É um burro mesmo, depois de tudo que fiz, não aprendeu que não se pode confiar em mim? Só mais uma coisinha, Charuto. Respira, porra! Acho que você tem toda razão. Só tenho você agora. Só você poderá me ajudar. Por isso vou ficar no seu lugar, tomar a sua vida, mandar nos seus capangas, vou tomar conta de tudo pra você. Não se preocupe. Pode deixar que eu vou assumir tudo e cuidar direitinho daquela sua morena gostosa... Otário.

Juliana AP Mendes
Enviado por Juliana AP Mendes em 08/01/2010
Código do texto: T2018622
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