17 de fevereiro de 2010

Tinha todo o poder do mundo e nada poderia lhe deter. Nada! Era forte como um cavaleiro e astuto como um príncipe. Seus movimentos? Rápidos, precisos e ninguém poderia lhe acompanhar, sequer o encarar. Naquele dia seus dentes fortes já haviam lhe dado seu alimento, e agora era apenas curiosidade e o mar à sua frente, ou deveria ser. Em um momento algo desceu sobre ele e o encurralou de todos os lados. Algo que nunca tinha sentido ou visto, comparando-o a uma de suas presas. Sacudiu todo o seu corpo naquele emalhe mais forte do que as maiores algas, tentou morder o que estivesse a sua frente. Algo o puxava para cima, e sua força já se esvaia. Tragaram-no do seu mundo e o jogaram em uma superfície dura, machucando-lhe como nunca tivera ocorrido. O oxigênio rareava e a morte se aproximava. O desespero chegou num único baque, e tentava a todo custo voltar para onde pertencia, voltar para o seu reinado incontestável dos mares. Sentiu sua carne sendo dilacerada, suas nadadeiras arrancadas, além de um asco completo daqueles monstros carniceiros. Ainda resistindo, sentiu alívio em ser jogado fora, de volta para o mar. Sua pele tocou a água mais uma vez e o oxigênio voltava ao seu cérebro por um curto momento, enquanto afundava lentamente.