O XUPIM OU PÁSSARO PRETO

A única coisa que eu não sabia sobre o chupim, ou pássaro preto, era que uma determinada espécie da América do Norte, não cuida de seus ovos; deixando estes em ninhos de outros pássaros, como o das mariquitas. O cruel é que retiram um ovo para colocar o seu.

Li rápido sobre isso e achei que fosse o meu chupim. Mas não era. O meu chupim tinha um jeito triste, como se estivesse tomado de banzo! Ele morreu de tanto cantar. Embora houvesse dias que não cantasse e nem dormisse.

Ele olhava pra mim com um olho só, porque ficava de perfil.

Ele ficava com o olho do lado da parede fechado e o outro, do lado da janela, aberto. Um olho triste... de um olhar comprido... Era assim o chupim.

Às vezes eu falava do canto dele para as pessoas e quando alguém vinha a minha casa para ouvir meu chupim, ele não cantava. Noutros dias, o sol derramava-se todo, de tanto ele cantar.

É... Lembro dele, morreu velhinho o chupim.

Mas este chupim, claro, tinha gaiola, até porque haviam gatos pelo sitio e uns cães vira-latas que comiam passarinho, galinhas, estas coisas. Todavia, o Chupim, às vezes, ficava solto numa grande mangueira ou num pessegueiro que eram bem próximos a porta da cozinha da casa. O Máximo que o Chupim se aventurava era ir até o pé de cajá-manga. Ali era seu limite. Eu assobiava e ele vinha na mão; era incrível!

Acho que o meu chupim nunca quis ir embora...