A CHAMA DO AMOR

A CHAMA DO AMOR

Há muitos e muitos anos atrás, num pequeno vilarejo, vivia um artesão de idade avançada. Ele tinha uma habilidade sem igual para confecção de velas, arte que aprendeu com seu avô, que por sua vez foi encaminhado nesse ofício por um chinês, que conheceu ainda jovem, quando o mesmo veio visitar o ocidente.

O velho Antonio tinha uma vida simples e quase reclusa, dedicada somente as velas. Quando ainda menino, Antonio ouviu de seu avô uma estória que calou em seu coração e de lá nunca mais saiu. Contavam os primeiros moradores que por ali passou um homem de feições marcantes, com uma voz suave falando de amor, paz e harmonia entre os homens e ao falar, irradiava uma luz tão forte que jamais nenhuma vela conseguiu imitar. Os seus seguidores levaram seus ensinamentos a todos os cantos da Terra e Antonio mesmo sem ter conhecido esse Homem aprendeu a amá-lo. Assim, cada vela que criava era pensando na luz de Jesus que se inspirava. Cada vela que acendia era a chama desse amor que iluminava. Um dia na páscoa, Antonio resolveu fazer uma grande vela. Nela ele desenhou uma cruz central e escreveu as palavras gregas “alfa” e “ômega” para dizer que Deus é o princípio e o fim de tudo. Antonio carregou a grande vela até a igreja do vilarejo e no sábado de aleluia acendeu para homenagear o Homem de luz, que aprendeu a amar ainda criança. Com isso, desse dia em diante, ficou instituído o “Círio Pascal” que passou a simbolizar o Cristo ressurgido para iluminar o nosso caminho com sua luz de amor.

Até hoje, as velas são uma marca das celebrações religiosas pascais e no sábado Santo a igreja inicia seus ritos com a bênção do “fogo novo” acendendo o Ciro Pascal e a cada vela que acendemos, Antonio sorrir, pois é a luz do amor de Cristo que deixamos entrar em nossos lares.

Feliz Páscoa!

Iakissodara Capibaribe.

IAKISSODARA CAPIBARIBE
Enviado por IAKISSODARA CAPIBARIBE em 25/03/2010
Código do texto: T2158861