secura

"o seco do tempo

dificulta respirar

o peito infla

a garganta arde

o ar não vem

torturante tosse

desesperante sufocar"

O tempo seco pegou de surpresa.

Acostumada a tudo fazer, saiu correndo para pagar contas, antes de o banco fechar.

Dentro do carro, em meio a um transito caótico, começou a passar mal, sentiu uma falta de ar tremenda, seu peito chiava. Estava tendo um ataque de asma. Procurou em sua bolsa a bombinha salvadora e não a encontrou, no porta-luvas também não, na pressa, lembrou, deixou na mesa da cozinha.

Cada vez mais era maior o esforço para respirar.

Sentiu que desmaiaria em breve.

Parou o carro. Desceu cambaleante, tentando sugar o ar. Colocou as mãos na garganta e caiu no chão desmaiada.

Ao recobrar os sentidos, abriu os olhos, estava com a cabeça no colo de uma senhora, enquanto um menino segura suas mãos.

Por sorte a senhora que a socorreu levava o neto para escola, sendo asmático ela sempre tinha bombinhas na bolsa, no carro e em casa, na falta de uma, havia sempre duas de reserva.

Pediu que ficasse calma que a ambulância logo chegaria.

A ambulância chegou, a colocaram dentro, deram uma injeção, mascara de oxigênio e a levaram apesar de seus protestos.

Quando chegou sua família já aguardava no saguão. Encaminharam para um médico que a examinou e depois deu muitas broncas dizendo que a bombinha era seu maior seguro de vida, não poderia ser esquecida em nenhum momento, melhor pagar juros do que perder seu bem mais precioso.

Isidoro Machado
Enviado por Isidoro Machado em 23/04/2010
Reeditado em 13/02/2011
Código do texto: T2214131
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