O Moço da História - Ano Novo

A casa ficava a alguns metros do mar, de qualquer lugar que estivéssemos poderíamos contemplá-lo.

O sol morria nesse final de tarde que se fazia diferente, estávamos eu, minha filha e alguns nativos. É isso mesmo, nativos, de tão isolado que era o local.

Alem de minha filha havia outras crianças, brincavam num vai vem correndo na areia, ora fugindo das ondas, ora catando conchas ao longe, às vezes se distanciavam, mas não havia o menor perigo e ela estava adorando a companhia das recém conquistadas amizades locais.

Hoje vai te conhecer, mas já não é mais tão arisca à tua presença em minha vida vez em quando sempre pedia para ver tua foto, sempre fazendo uma pergunta ou outra que aos poucos se juntava em respostas a questionamentos procurei respeitar os momentos dela.

Como chegamos antes e todos ali já te conheciam inclusive as crianças, que ao saberem de tua chegada pareciam mais excitadas

Diante disso ela passou de alguma forma a querer fazer parte desse mundo e de repente, gostar de ti pareceu ser algo normal. Pela primeira vez depois de tanto tempo a senti relaxada era como se finalmente entendesse que tu não irias substituir ninguém ou me levar para longe dela.

A verdade é que nada disso me preocupava, apenas queria estar o quanto antes contigo e acredito que não deixaria nem mesmo tu descansares da viagem.

Resolvi me recolher um pouco, o quarto que iríamos ficar era na parte de cima a decoração era rústica, mas muito acolhedora, com cortinas de modo que quando fechadas deixavam o ambiente mais aconchegante. Havia flores naturais o que dava um aspecto exótico e um aroma misturado aos cheiros do mar, criando um clima de muita sensualidade.

Escolhi para ouvir uma música instrumental, tratava-se uma coletânea dos melhores clássicos executados ao piano, servi-me um vinho e beberiquei um pouco enquanto separava uma roupa leve para usar em seguida.

Não sei se pelo vinho, ou se pela emoção de tua quase chegada, mas meu coração começava a acelerar.

Liguei o chuveiro água fria e forte como gosto, o tempo estava quente , já não sabia se era um calor de fora ou de íntimo, tomei a segunda taça de vinho embalada pela música. E mergulhei no banho. Fechei os olhos tentando relaxar, não senti o tempo passar e nem sei quanto tempo fiquei assim deixando a água escorrer, uma cena interminável de meses de espera desfilava na minha frente, acho que chorei e sorri ao lembrar de cada momento o quanto as tristezas estavam para trás, eram como pegadas que ao amanhecer do dia já não existiriam, era nisso que acreditava.

Não percebi um movimento, ouvia vozes de crianças gritando não me importei, elas sempre encontram qualquer motivo para algazarra senti um vento mais forte que me arrepiou o corpo molhado, mas achei que fosse uma das cortinas que se afastara não havia cerrado de todo as janelas.

Finalmente o banho que parecia interminável acabara ou será que foi a água? Bom em todo caso, não tinha mais sentido ficar ali e quando abri a porta do box não contive um quase grito antes tinha visto pela abertura inferior da porta dois pés, mas já era tarde demais, pois nem sequer pude pegar o roupão, que ficara esquecido sobre a cama e antes que esboçasse qualquer gesto a porta abriu-se, ainda bem que já tinha tomado o vinho, pois com certeza teria desmaiado, afinal imaginara encontrar-te de tantas maneiras em pensamento, mas nunca assim tão nua e vulnerável.

Claro, que não tinha mesmo muito a fazer não sabia onde colocar as mãos e completamente sem jeito, sem ação tentei falar algo.

As palavras teimavam em não sair e já ria comigo mesmo do meu próprio desespero.

Tu estavas com um micro calção parecido com aquele da foto e eu nua como nunca estivera em toda a minha vida.

Mil coisas ainda passaram em meu pensamento e juro, vinha de dentro de mim uma vontade incontrolável de rir e foi o que fiz ao mesmo tempo em que consegui alcançar uma toalha.

Confesso que não dava pra perceber o quanto aquilo parecia divertido a ti, mas eu não iria ficar mais desconcertada e disfarcei o quanto pude.

Agora já com a toalha cobrindo meu corpo pelo menos metade dele olhei para ti, irretocavelmente lindo, mas mesmo assim pensei cá com meus botões está na hora de brincar.

Olhei para ti, com uma coragem que julguei não ter e disse senha, por favor! Essa alternativa foi um raio de felicidade não poderia ter me saído melhor.

Nem quando deste uma sonora gargalhada eu me senti intimidada a única coisa que sabia é que quando tu falasses a senha eu saberia o que fazer e dizer depois.

Peguei outra taça de vinho nem sequer perguntei se tu querias, mas já estava eu vestida. Apenas com um conjunto de peças íntimas em tons bordeaux e uma t shirt grande que usaria para dormir, mas que parecia um vestido. Não me importava com mais nada, enquanto olhava para ti e aguardava a resposta sentei na cama eu o vinho e um pente. Sempre gostei de pentear os cabelos molhados quando estou nervosa isso relaxa.

Finalmente, falaste algo: Tua filha parece ter gostado mais de mim, pois nem sequer disse a ela uma palavra e ganhei um grande abraço.

Isso era bem característica dela, sempre surpreendendo.

Senti certo pesar em tua voz ao mesmo tempo confiança por comprovar a mim a magia que dissera ter com as crianças.

Não sei se pelo vinho, não sei se pelo cansaço, pela ansiedade do dia, da longa espera por tudo e pela bela música que tocava "Love Changes Everything" senti-me frágil e apenas dobrei as pernas de encontro ao corpo comecei a brincar com os pés, não tinha mais o que fazer, apenas senti uma vontade enorme de chorar.

Não iria estragar aquele momento, fiquei em pé na cama e andei em tua direção abri os braços e disse. Então se minha filha deu-te um abraço, tu já me deves um.

Ficaste parado, não me importei com mais nada desci da cama e parei em frente a ti como eu pensara, não conseguia ainda te fitar por tanto tempo, mas eu passei as mãos em volta de teu pescoço e me abracei a ti encostei meu corpo, meu cabelo molhado, percebi-te arrepiar não ousava perguntar senti uma vontade enorme de acariciar tuas costas, mas me contive, aproveitei senti teu cheiro e de uma coisa eu tinha certeza era o abraço que mais desejei nos últimos tempos não iria desperdiçar aquele momento.

Finalmente, senti algo que pareceu ser tuas mãos me apertando agora abraçavas meu corpo forte, muito forte.

E então que abraço era aquele teu corpo grudava ao meu ou era o meu que colava ao teu eu te sentia por inteiro minhas pernas tremiam.

E de repente ouvi algo que pareceu música aos meus ouvidos tu sussurravas... Se eu for as estrelas tu queres ser minha adorável vagabunda? Falávamos exatamente da mesma forma que sempre nos cumprimentávamos antes.

Eu não acreditava não conseguia mesmo falar e não deixaria uma lagrima rolar!

Eu respondia e olhava para ti. Pegaste meu rosto entre tuas mãos e me beijava passo a passo cada pedacinho dele até que nossas bocas se uniram num primeiro e tão esperado beijo, não pensei em mais nada a não ser no prazer de algo muito precioso conquistado Como sonhara com aquele momento.

Apesar de nossas sedes um do outro conseguimos não deixar que aquele beijo se tornasse em algo mais e tu simplesmente paraste no meio do beijo e acariciaste meus lábios com a ponta dos dedos.

E disseste agora não delícia! Preciso cumprir uma promessa que fiz a tua filha.

Comecei a rir, não tens jeito sempre um "ladie's man".

A partir daquele instante relaxei entendi finalmente que não seria aquele o nosso momento, ainda não.

Quando percebi que tu irias simplesmente ficar nu eu consegui gaguejar, meio rindo e disse eu, eu vou ver como está tudo lá embaixo e sai mesmo, quase tropeçando nas escadas parei um pouco o suficiente para ouvir uma enorme gargalhada.

E agora ia descer assim, de pés no chão, despenteada, naquele instante nada me importaria.

Ao chegar embaixo estavam as crianças.

Mamãe, eu ganhei um livro de estórias, finalmente o moço, gaguejou teu nome e disse olha!

Que coisa linda era o livro com a história que prometeste que nome lindo que tu deste e arrumaste de modo que parecia um livro de verdade aos olhos dela.

Mamãe, vamos todos jantar e ficar na varanda o moço disse que eu iria ler a história para as outras crianças, mas não antes dele a ler para mim. Só que ele quer conversar contigo antes disso.

Que malandrinho hem! Tudo arranjado, mas é assim que gosto.

E eu prometi a mamãe que nós iremos brincar e deixar vocês conversarem.

Os nativos entravam e saiam em direção a um lado da casa que tinha uma bela vista para o mar, mas que não era o lado mais freqüentado.

Fui ver o que tinha.

Lá existia uma espécie de Caramanchão havia uma grande parte coberta com uma armação de madeira e cresciam trepadeiras com umas flores parecia algo como jasmim era um aroma gostoso.

Havia uma grande espreguiçadeira, uma rede próxima parecia um local apropriado a um bom romance ou a uma boa leitura não tinha reparado em tantos detalhes antes.

A única coisa que queria era continuar o vinho e assim deitei na espreguiçadeira. Imaginava que chegarias a qualquer momento.

Agora percebia tua voz as crianças correram pra ti de onde estava percebi que tu colocavas a todas no colo falava algo e elas se retorciam de tanto rir não sei o que tu fizeste e todos se aproximaram bem, tu falaste algo e elas saíram em disparada, para um quiosque mais a frente e pude perceber que havia uma quantidade enorme de mais presentes, guloseimas, chocolates e tudo que as crianças adoram.

E rapidamente vinhas tu agora ao meu encontro aproveitei para te olhar como és lindo não poderia mesmo dispensar tua virilidade, pois era isso que emanava de ti um cheiro forte de homem. Puxaste uma das mesinhas para perto de ti e sentou com a rede entre as pernas cedi uma das minhas almofadas e tu agora acendias teu charuto enquanto comentava sobre a festa da meninada.

Por mais que tivesse o que dizer eu não falaria muito não queria, sentia-me frágil, ainda impaciente pensando se irias continuar o clima que havia lá no quarto.

Falaste algo da viagem dos problemas que tiveste e de como era difícil para ti imaginar que estavas ali.

Ouvi como sempre faço, apreciava o vinho já me sentia tonta estava agora tudo leve um clima gostoso e amistoso. Tu olhaste e disseste não te importa que as crianças fiquem afastadas não é? Orientei para que não viessem aqui e todas te deixaram um beijo e não virão mais dar boa noite.

Vê logo adiante? E pude perceber que estavam montando uma barraca de acampamento e eu olhava incrédula, pois minha filha parecia ser a mais empolgada com a aventura de dormir numa barraca.

Que bom eu não queria mesmo pensar nem mesmo nela.

A essa altura já estava dona da minha fala das minhas sensações e sabia que não queria nada de amizade eu te queria e como? Não importava mesmo o que tu tinhas em mente resolvi ser tua.

Puxei um banco para perto de ti e disse eu não ouvi bem a senha podes repeti-la? Olhavas para mim que boca linda a tua! E disse assim, eu quero ser todas as tuas estrelas para tu seres minha única e bela vagabunda.

Agora nada mais importava deixei-me levar momento após momento guiado pelas minhas emoções querendo ser tua de todas as maneiras.

Já não era longe de meia noite as luzes da casa foram fechando as crianças silenciavam se tinha mais alguém ali era imperceptível, pois escutávamos apenas o som da música suave, do vento e do barulho do mar.

Estávamos os dois deitados na espreguiçadeira espaçosa o suficiente para que ficássemos lado a lado, não falávamos apenas olhávamo-nos entre um beijo e outro eu aos poucos invadia teu corpo com minhas mãos acariciei teus braços, todo o tronco enquanto tu colocavas uma perna entre as minhas coxas. Senti teu joelho encostando-se a mim,

Estava tão excitada e de repente tu passavas as mãos em minhas coxas subindo lateralmente da altura dos joelhos até os quadris.

Quando tu sentiste minha umidade ouvi o que pareceu um gemido e tu dizias como sonhei com isso até parece que vivo o próprio encontro da realidade com o sonho sendo que esta supera o próprio sonho, não queria mais palavras e foi o que disse não fale, e calei tuas palavras com um beijo tu estavas recostado estava eu por sobre ti agora te senti rijo sob mim e comecei a serpentear em ti

Fiquei novamente ao teu lado tu me olhavas bem como se ainda não acreditasse. Agora já não ligava mais que tu me olhasses assim, tu brincavas com meus cabelos pegava mexa por mexa beijava-os olhava-me, beijava-me os olhos. O nariz. A boca levemente nossa excitação era crescente palpável, minha respiração já acelerava a cada toque teu eu gemia, minha pele ardia em cada toque de tuas mãos tu tocavas meus seios sobre a blusa e eu queria sentir tuas mãos em minha pele, a noite era agora infinita de prazer.

Momentos , que uma vez transformados em palavras empobrecem, ouvia fogos ao longe, ao mesmo tempo em que sentia teu próprio corpo explodindo mais uma vez dentro de mim.

O dia depois de tanto tempo amanheceria sorrindo, desta vez para nós ao mesmo tempo e no mesmo lugar.