PRIMEIRA EXPERIÊNCIA SEXUAL

Sou o Zinho. Vem de Zézinho. José Aparecido da Costa. Sou muito querido por todos.

Eu não tenho nenhuma experiencia sexual. Sendo um pouco tímido, sou ainda muito novo. Não podem exigir este tipo de experiência, séria, de alguém que como eu ainda sou muito novo.

Pode não parecer, talvez esta minha gordurinha e o corte mal feito de cabelo me façam parecer mais velho. Mas estou nesta vida a parcos quarenta e nove anos. A sociedade nos escraviza, passando responsabilidades complexas, como uma experiência sexual, para pessoas cada vez mais jovens. Meninos como eu, mal sabem ainda viver sem a presença dos pais. Com certeza é culpa desta mídia marrom, que defendendo os interesses de alguma multinacional, quer difundir o sexo como coisa de crianças. Só deus sabe que maquiavelismo subversivo deva estar por traz desta campanha de que o sexo é coisa natural entre jovens de minha idade.

Todos sabem que a vida começa aos quarente anos. Minha mãezinha sempre repetiu isto. Assim tenho apenas nove anos conscientes de vida. É querer demais que alguém, ainda criança, que adora brincar de carrinhos, com a minha tenra idade, já tenha tido experiências sexuais.

Para falar a verdade eu até que sou bem avançado para minha idade. Até já beijei uma vez. Foi um beijo estranho, e complicado, jamais assumi que o tenha feito. Mas assim já sei beijar.

Estava numa festa, bem incrementada. Muitas mulheres, mas nenhuma olhava para mim. Todos sabemos que elas preferem homens mais velhos, que normalmente têm mais experiencia da vida. Eu estava ali. Creio que tinha apenas trinta e quatro anos. Acho que os tais de hormônios começavam a aparecer. Tinha uma vontade de descobrir como é esse tal de beijo. Ocorreu um blecaute completo. Nenhuma energia elétrica. Mas meu corpo já sentia uma energia diferente. Um breu total e absoluto. Lembro-me de alguém falar: Calma pessoal, vou procurar uma lanterna ou velas.

Não deu outra. Minha mente perspicaz, percebeu ali uma oportunidade impar de experimentar um beijo. Rapidamente agucei meus ouvidos e localizei a voz da Marcinha. Pelo perfume tinha a certeza que ela estava ali perto de mim. Titubeei por alguns instantes, era a timidez me fazendo recuar. Encontrei forças, afinal logo encontrariam uma lanterna ou uma vela e eu perderia aquela oportunidade rara, que se nos apresenta uma vez a cada vida. De um impulso forte, agarrei aquele corpo, ela parecia maior e mais forte quando tocada, e apliquei-lhe um tremendo beijo. Fiz de tudo que imaginava ser pertinente a um beijo.

A luz voltou. Viu só se não tivesse aproveitado aquela oportunidade. E de repente ali estava o Eduardo tentando descobrir que menina o tinha beijado, meio que a força. Ele tinha adorado o beijo, e tinha que saber quem tinha sido ela.

Fiquei calado como um mudo morto a semanas. Mantive-me bem quietinho e fui saindo de fininho. Que nojo!!! Como dizer para ele que fui eu. Ele havia gostado do beijo. Imagina ele querendo me namorar. Vocês podem imaginar o meu perrenhe. Pelo menos eu percebo que beijar eu sei.

Quase tive esta tal de experiência sexual duas vezes. Mas a vida comungou contra. Quase aconteceu com duas jovens moças. Uma de trinta e dois anos e outra de oitenta e sete anos.

A primeira foi no bar do Timóteo, bem ali na subida do Estácio. Era um botequim bem transado, tinha até uma mesinha com banquinhos. A decoração era bem rústica, tinha garrafões pendurados e pacotes de biscoitinhos salgados que compunham muito bem com uma densa camada de teias de aranhas. Várias foram as vezes que fiquei apreciando as aranhas caçando aquelas moscas varejeiras azuis que voavam para todo o lado.

Estávamos lá, eu e a Mônica, uma jovem morena de trinta e dois anos. Quando finalmente eu ia dar um aperto final na moça para depois irmos a algum beco escuro, chegou a policia e me deu voz de prisão por estar me aproveitando de uma doente mental. Como eu ia saber que ela era maluquinha. Eu a encontrei correndo na frente do Pinel, ali em botafogo, próximo a Avenida Venceslau Brás e a Avenida Pasteur. Ela coitada estava com uma roupa muito estranha, era branca e as mangas estavam amarradas nas costas. É verdade que parecia meio drogada, não falava nada com nada, mas eu a ajudei, soltei as mangas e acabamos pegando um táxi. Não sabia para onde a levar, e acabei levando ela para a casa de uma amiga de minha mãe, ali mesmo no Estácio. Minha mãe achava que ela tinha algum problema, mas nos dávamos tão bem. Ficávamos horas sem nada falar, apenas aquela interação espiritual. Ela e eu, eu e ela... Era mágico o nosso envolvimento. O pouco que ela falava eu não entendia nada, mas achava que ela era muito mais inteligente do que eu. As frases dela eram profundas de significado transcendental. Eu ficava cada vez mais apaixonado por ela.

Quase acabei preso, o delegado não acreditava em mim. Mas acabei sendo solto por uma tal de atenuante que falava que eu não podia ser responsável pelos meus atos. Aquele advogado era muito bom. Chegou todo vestido de branco, uma maleta na mão direita e um estetoscópio no pescoço. Acho que aquele estetoscópio no pescoço era para impressionar o delegado que ele era um Doutor advogado. A conversa com o delegado foi rápida, ele tirou da pasta um bolo de exames que eu tinha feito e o delegado me soltou. Advogado bom é outra coisa, ele conseguiu rapidamente toda aquela papelada que me serviu de atenuante. Este mesmo Doutor advogado me salvou de outras enrascadas com a polícia.

A segunda vez, em que quase consegui minha experiencia sexual, foi com aquela jovem senhora de oitenta e sete anos. Com a pele maior que o corpo, dava a ela um certo ar de cachorro de madame, Shar Pei. No geral era elegante, atraente, culta e inteligente. Como ela era de uma dignidade única, acreditei que ela tivesse até pedigree. Quanto mais a conhecia, mais ficava apaixonado por ela. Podia até ser uma paixão infantil ainda, mas adorava quando ela me pedia para regular o seu audiofone auricular. Sem ele ela praticamente não escutava. A cultura dela era enorme. Falava, com aquela voz arrastada, constantemente interrompida por tosses profundas, horas a fio, sobre astrologia, simpatias e sobre inovações cientificas tais como a ida a lua, a televisão colorida e os super modernos VHS. No inicio achei que VHS tinha algo a ver com religião, mas eram aquelas fitas de vídeo, em que se podia ver em casa, filmes novos como 2001 uma odisseia no espaço.

Infelizmente para mim, ela me trocou, no dia de nosso primeiro encontro mais sério, fora do hotel em que ela morava: Asilo municipal santa Genoveva, pelo rapaz dos correios. Assim eu acabei ficando com a carta e o selo nas mãos.

Teoria, eu tinha bastante. Assisti muitos filmes de sexo. Assinei com um provedor de televisão a cabo, e assisti a todos os filmes de sexo que passavam. Eram bem didáticos. Faltava a eles um pouco de malícia e sensualidade. Sexo felino, aqueles leões e leoas, onças, tigres, guepardos, jaguatiricas. Vi cada sexo animal fortíssimo: Lobos, raposas, macacos, zebras, cabras, ovelhas. Sexos pesados como os do elefante e hipopótamo. Sexos desajeitados como os das girafas. Rápidos como os dos patos. Estranhos como os dos jacarés. Sem muito contato como os dos golfinhos, tubarões, baleias... Vi muito filme de sexo. Aquele canal animal me ensinou muita coisa. Enfim, vi uma infinidade absurda de sexo.

No fundo, não entendi como estes filmes podiam me ajudar a conseguir minha primeira experiencia sexual. Será que a primeira experiencia de um homem, crescendo ainda, é conseguida com animais?

Depois de passar mais de seis meses vendo todos os filmes de sexo que consegui, entre todos os tipos de casais de animais, muitos deles repetidos dezenas de vezes, fui me aconselhar de novo com o meu amigo Betão. Foi ele que me deu a ideia de assistir filmes de sexo para aprender segredos detalhados sobre a arte do sexo.

- Me ajuda de novo Betão. Eu já vi mais de quinhentos filmes de sexo, entre todos os tipos de animais, como você havia me indicado, mas acredito que esteja faltando algo. Eu não consigo me excitar vendo um camelo fazendo amor com sua camelinha preferida, nem entre marmotas, focas, doninhas, muito menos com aquela aranha, a viúva negra. Como estes filmes podem me ajudar? Vai betão me ajuda?

O betão na hora falava com muita personalidade: Sua besta, não me referia a estes filmes de sexo. Você tem que assistir a outros filmes mais pesados e sacanas. Assista, seu merdinha, a filmes de sacanagem. O pior é que ele me bateu muito, como se me culpasse por alguma burrada minha.

Ele me bateu tanto que tive de ir a uma clinica, pois meu corpo doía muito. Quando sai da clinica, tinha agora uma certeza, assistir a todos os filmes de sacanagem que pudesse, eu sabia que aquela assinatura com a NetGato ia acabar me ajudando.

Em minha cabeça ainda latejava, talvez pelas sucessivas pancadas que levei, a voz do Betão gritando: FILME DE SACANAGEM... Eu falei SA-CA-NA-GEM.

Agora eu não tinha como errar. Passei semanas a fio procurando e assistindo filmes de sacanagem. O engraçado era que quanto mais eu via, menos eu gostava. Não é possível que mulheres se sujeitem aquilo. Que possam existir mulheres de auto estima tão baixa que gostem daquilo. No final elas gritavam, choravam, parecia mais de desespero do que de prazer.

Mas o Betão desta vez foi muito claro: Filmes de sacanagem. Alguns filmes de sacanagem envolviam muitas pessoas, outros envolviam só homens, outros somente mulheres, mas no fundo eu cada vez gostava menos do que eu via.

Parece uma perdição, uma puta sacanagem realmente. Como pessoas podem, por um lado fazerem aquilo, e por outro lado gostarem daquilo. Me doía o coração as sacanagens que eu via. Como eu tinha que aprender muito sobre sacanagem, eu me obrigava a assistir até o final. Várias foram as vezes que as lagrimas me chegavam aos olhos, mas excitação mesmo ou prazer em ver, nem chegavam perto de mim. Devo ser muito jovem ainda para entender os segredos das mentes, em especial das mulheres. Como poderiam gostar daquilo, e mesmo já tendo feito uma vez, como elas se sujeitavam a participar de novo daquilo.

A gota d’agua, que me fez parar de ver aquela sacanagem toda nos filmes, foi a de um casal de estelionatários, que fez com que uma velhinha, que juntava seus trocadinhos para ajudar o netinho também pobre a cursar a faculdade, e aquele casal sacana conseguiu que ela lhes dessem a senha de sua conta, mentindo que era para depositarem um milhão de dólares na conta dela para que o netinho nunca mais passasse necessidade. Ela acreditou e no final o sacana do casal ficou com todo o dinheiro da velhinha, e o netinho nunca mais conseguiu estudar. Essa foi a sacanagem que me deu uma raiva tal que parei com estes filmes. Era irritante imaginar que a velhinha tinha sentido algum prazer com isso, e que cada vez que lembrava do neto que se sentisse excitada com aquilo. E pior o prazer louco era tanto que levou a velhinha ao suicídio. Uma baita sacanagem, mas jamais seria capaz de fazer aquilo, muito menos sentir prazer com aquilo.

Vi sacanagens com velhinhos, com crianças fazendo-as acreditar que estavam levando boas novas para alguém e eram mulas do tráfico. Vi roubos, sabotagens. Chantagens era o mais comum nos filmes. Assisti, mentiras, traições, perversidade. Cara, vi sacanagem de todo o tipo, mas decidi parar de ver.

Fui falar com o Betão, que já tinha visto filme de sacanagem suficiente. Ele me perguntou: Você se acha capaz de fazer agora aquilo tudo, ou pelo menos parte daquilo. Eu tentei falar que não gostava muito da ideia de fazer aquilo com as mulheres. Ele me deu um soco tão forte no estomago, que eu mudei de ideia e falei que tinha teoria bastante para por em pratica, e que iria tentar. Aproveitei para perguntar se ele tinha a certeza que as mulheres gostavam daquilo. A resposta foi categórica, mulheres adoram sacanagem.

Com esta afirmação, decidi tentar.

Tentei duas vezes e desisti, nas duas fui parar de novo na delegacia. O delegado já me chamava até por nome.

Na primeira conheci a Flávia. E fui mais uma vez pro bar do Timóteo. Lá era interessante pois tinha muitos becos escuros para depois.

Consegui a única mesinha. Paguei adiantado quatro reais para tê-la livre para mim. Chegamos eu e a Flávinha. Como nos filmes, pedi algo para beber. Para mim uma dose de cachacinha, para me dar mais coragem, e par ela uma cerveja mesmo.

Conversa vai, conversa vem, quis me certificar que ela não era maluquinha. Perguntei: Você não fugiu de nenhum hospício não?

Ela meio que assustada com minha questão respondeu: Não, porque?

Desconversei, seria complicado contar aquela estoria toda ali. Mas já estava calibrado com a pitu, e fui logo falando, baixinho para não parecer indiscreto: Você gosta de sacanagem benfeita? Ela sorriu e falou. Claro, eu gosto. As mulheres de minha idade adoram uma sacanagem completa, benfeita.

Pisquei o olho para ela e falei. Você vai gostar desta então.

Me levantei. Deia a volta na mesa. Chegando em frente a ela, estendi-lhe gentilmente o braço, convidando-a a se levantar. Ela se levantou, eu arrastei a cadeira para traz, dei-lhe um beijinho na nuca e falei baixinho. Será uma sacanagem diferente, talvez você nunca tenha participado de uma destas. Ela sorriu e falou, eu gosto de sacanagens diferentes, mas talvez seja improvável que eu não tenha experimentado esta. Sou bem experiente em sacanagens. Trabalho no bordéu da Celma.

Aquilo me assustou, ela tinha muita experiencia com sacanagem. Agora Inês era morta. Tinha a obrigação moral de continuar. Ela já estava esperando pela sacanagem, e eu tinha que corresponder a sua espectativa.

Voltei a falar baixinho: - Feche os olhos.

Ela os fechou imediatamente.

Apertei minhas mãos, como que buscando força e coragem. Respirei fundo. Pensei mais um pouco. Ela já impaciente falou: Vai demorar? Eu quero fazer logo a sacanagem.

Não tinha mais saída ou escolha, o plano tinha que continuar.

Em um movimento rápido e firme arranquei-lhe o vestido, rasgando-o completamente e gritei para todos ouvirem: Ela é Travesti!!! Achei que esta seria uma grande sacanagem, deixa-la nua, com a roupa toda rasgada, e ainda por cima afirmar que ela era um travesti. Todos olharam. A sacanagem estava completa.

Não entendi nada. Ela pôs-se a gritar. Pegou o banco e quebro-o contra a minha cara. Todos os demais do boteco começaram a me bater. Já estava ficando meio repetitivo. Apanhava por tudo e por qualquer coisa. Imagina para que delegacia eu fui? Sim a do velho conhecido.

O que importa é que depois de quatro meses detido fui solto.

Mas continuava firme em descobrir uma mulher apaixonada por sacanagem, e que não fosse bipolar. Um momento quer a sacanagem e logo depois, da sacanagem feita quer me bater.

Desta vez convidei uma mulher de longe. Ela era da Cidade de Deus. Temi que fosse um pecado fazer sacanagem com alguém da Cidade de Deus. Eu não iria forçar nada. Se ela quisesse, não me sentiria culpado de nada.

Deixei ela escolher o bar. Fomos para um no caju. Para evitar vexames eu levei mais dinheiro, você sabe, mulher de zona oeste. Estava com vinte e oito reais e alguns níqueis.

Chegando ao bar, deixei que ela falasse um pouco, visando quebrar o gelo. Passado alguns instantes, fui perguntando.

- Você gosta de sacanagem?

A resposta foi curta: - Sim.

Eu retornei: - Você tem certeza que gosta de uma boa sacanagem?

Ela respondeu de novo: - Sim, eu gosto.

Continuando perguntei: - Você quer que eu lhe faça uma boa sacanagem?

Ela com um sorriso maroto sussurrou: - Quero sim.

Última pergunta: - Você não é daquelas que mudam de opinião de uma ora para a outra? Você realmente quer?

Ela chegou mais perto, seu nariz apertava o meu e falou: - Não, eu sou daquelas que sabem exatamente o que querem, e eu quero uma boa sacanagem.

Esta frase era por si só inquestionável. Eu sentia que ela estava realmente excitada. Agora eu estava entendendo que existem algumas mulheres que realmente se excitam com uma grande sacanagem.

Ela se afastando um pouco mais falou: - Porque estas perguntas todas?

Eu rapidamente expliquei que tinha saído com uma outra mulher, que adorava sacanagem. Ela era uma profissional de bordéu. Eu Havia preparado uma super sacanagem para ela. Quando fiz a sacanagem ela não aguentou, começou a gritar, dizendo que jamais alguém tinha feito uma sacanagem daquelas com ela. Que eu a deixasse, porque ela não estava aguentando a sacanagem. Chegou a falar que irai morrer com aquela sacanagem. Por isso as perguntas.

- Caramba, falou a mulher. Você deve ser demais. Ela gritou, falou que ia morrer, que nunca experimentou uma sacanagem daquela, e era uma profissional do sexo. Estou enlouquecida para te conhecer.

Desta vez eu tinha planejado uma sacanagem mais inteligente. Comecei a me fazer de seu amante íntimo. Convenci a dita cuja, de que eu, para ajuda-la, pagaria todas as suas contas, e que bastaria que me desse um cheque seu assinado e em branco. No banco eu calcularia o valor e preencheria o cheque dela. A sacanagem ela ia sentir daqui a uns cinco dias.

Ela estava eufórica. Quase não conseguia falar. Mesmo assim ela balbuciou totalmente excitada: Vou ter que esperar cinco dias? Eu achava que seria agora.

Eu com minha postura de sacana profissional falei: - A sacanagem vem depois. Agora você tem que esperar.

Ela respondeu. - É a primeira vez que um homem me excita tanto, e diz que a sacanagem só será daqui a cinco dias. Vou aguardar ansiosa. Vou contar cada dia, cada hora. Você sabe como preparar uma mulher para uma grande sacanagem.

Me despedi a retornei para casa.

Na manhã seguinte, ainda no quarto, peguei as contas todas dela, e rasguei-as por completo, Em vários pequenos pedaços.

Quanto ao cheque, depositei-o imediatamente na minha conta, sem não antes ter preenchido o valor de três mil reais. Assim que o cheque compensou, dois dias depois, fui a uma destas lojas graúdas de eletrodomésticos e comprei minha TV de LCD com plasma de fulagadê. Comprei a vista e levei na hora.

No dia marcado para nosso reencontro. Cinco dias depois. Lá estava eu, no mesmo bar, esperando ela, Ela chegou muito bem vestida. Sóbria em uma mini saia quase indecente. Uma blusa decotada que parecia não ter frente, e aquela sandália de salto fininho com uns sete dedos de altura. Ela caminhava como uma graúna bêbada sobre aqueles saltos. Era realmente uma imagem maravilhosa, dos diabos de tão bela.

Gentilmente puxei sua cadeira para que ela pudesse se sentar. Sentei ao seu lado e sussurrei:- Como foram estes dias?

Ao que ela respondeu: - Ansiosos. Não aguento mais esperar a sacanagem. Quero gritar também, quase morrer como a outra.

- Calma, falei eu. Vamos por parte.

Coloquei sobre a mesa, todas as contas dela, rasgadas. Em pedaços tal que era impossível reconstruí-las. Ela arregalou os olhos, e perguntou: O que é isto?

Eu sentia que estava fazendo sucesso, os olhos dela, e a voz dela haviam mudado, já estava quase explodindo de excitação. Neste momento eu continuei. Sabe o seu cheque?

Ela respondeu: - Cadê ele?

- Depositei na minha conta, preenchido com três mil reais, e comprei minha primeira televisão de plasma-agadê. Terminando a frase falei: Você gostou da sacanagem?

Acho que exagerei na conta. O prazer era tanto que ela não morreu, mas desmaiou e caiu da cadeira, batendo com a cabeça no chão. Tiveram que levar ela desmaiada para o pronto socorro. Eu acho que ela gostou demais. O problema é que novamente me vi envolvido com o mesmo delegado. Estavam me acusando de estelionato, não fasso a mínima ideia do que seja, mas tinha algo a ver com a sacanagem, só podia ter.

Desta vez, três meses presos e fui solto pelo mesmo doutor advogado.

Mas uma coisa eu decidi. Sou muito novo ainda. Não quero mais saber de experiencias sexuais por enquanto. Talvez daqui a uns doze a treze anos, eu já esteja mais amadurecido, e pronto para fazer.

Quanto a esta mídia traiçoeira que quer nos fazer, ainda crianças, praticante de sexo. Decido esquece-los. Sexo não é para jovens como eu. É coisa séria de mais, machuca as pessoas, deve ser feito apenas por pessoas que sejam maduras e já saibam que querem ser pessoas do mal.

Arlindo Tavares

Arlindo Tavares
Enviado por Arlindo Tavares em 11/06/2010
Reeditado em 11/06/2010
Código do texto: T2312892
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